Falta de correção da da tabela do Imposto de Renda, faz com que mais pobres paguem 2.000% a mais 

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A defasagem da tabela do Imposto de Renda no governo Bolsonaro está acumulada em 26,6% até junho de 2022, de acordo com estudo feito pelo Sindifisco Nacional, que representa os auditores fiscais da Receita Federal.  

A tabela do Imposto de Renda não muda há 7 anos, quando o salário mínimo era de R$ 788. Os dados mostram que a aceleração da inflação e a falta de atualização da tabela, mais uma promessa de campanha não cumprida por Jair Bolsonaro, está causando um aumento histórico da tributação dos mais pobres. 

Segundo uma simulação feita pela Sindifisco, uma pessoa que recebe R$ 5.000, após deduções, paga atualmente R$ 505,64 de Imposto de Renda.  

Se toda a defasagem da tabela fosse corrigida, esse valor cairia para R$ 24,73, uma diferença de quase 2.000%. 

Se houvesse a correção da tabela do Imposto de Renda, apenas pessoas que ganham acima de R$ 4.670,23 ficariam obrigadas a pagar IR.  

Isso significa que mais 12,75 milhões de brasileiros estariam isentos do pagamento, chegando a 23,84 milhões ao todo. Hoje, a isenção do Imposto de Renda é dada ao trabalhador que ganha até R$ 1.903,98. 

Se uma pessoa declara renda mensal de R$ 100 mil, a contribuição ao IR diminuiria dos atuais R$ 26.630,64 para R$ 25.352,85. 

Apesar das promessas reiteradas de Bolsonaro para atualizar a tabela do IR, com ampliação da faixa de isenção para R$ 5 mil, o governo não conseguiu levar a questão adiante.  

Segundo o Sindifisco, de janeiro de 2019 a junho de 2022, a defasagem da tabela atingiu 26,57%. De 1996 a junho de 2022, o acúmulo é de 147,37%. 

A inflação de cada período faz uma grande diferença no cálculo da defasagem e, no acumulado de 12 meses até junho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) já chegou a 11,89%. 

Outra entidade, a Unafisco (associação dos auditores da Receita), também mostra estudos que indicam que mais de 15 milhões de contribuintes estão pagando Imposto de Renda indevidamente. 

A defasagem da tabela do IR favorece o governo, que, assim, cobra R$ 164,5 bilhões a mais indevidamente. “Conforme os anos foram passando, o governo se acomodou em cobrar imposto da classe média e deixou de cobrar dos mais ricos”, diz ainda o auditor da Receita. “A questão é uma decisão política”, complementa. 

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