Passagens áreas são campeões da inflação e sobre 122.4% 

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Nos últimos 12 meses até junho, o preço das passagens aéreas registrou alta acumulada de 122,4% sendo campeão da inflação, segundo dados do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) do IBGE. 

Em junho, o bilhete aéreo subiu 11,32%. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, responsabiliza a atual política de preços da Petrobrás pelo encarecimento das passagens. 

“O preço [das passagens] subiu tanto porque a Petrobrás adota uma política de paridade de preços com o mercado internacional, chamada de PPI (Preços de Paridade de Importação). Nós pagamos no Brasil o combustível com o valor 100% em dólar. Enquanto isso, 90% do querosene de aviação consumido no Brasil é produzido por aqui mesmo”, lembra Sanovicz. 

A direção da Petrobrás, com o aval do governo, na última terça-feira (5), aumentou em 3,9% o preço médio do querosene de aviação (QAV) nas refinarias da estatal. No início de junho, o governo já havia reajustado o QAV em 11,4% ante maio. Anteriormente, em abril, o combustível foi elevado em 18,6%. 

O querosene de aviação acumula alta de 70,6%, depois de ter subido 92% em todo o ano passado em relação a 2020, segundo levantamento da Abear, a partir de dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo). 

Segundo a Abear ainda, o combustível representa cerca de 40% do valor de um bilhete aéreo no país, enquanto a média mundial gira em torno de 20% a 24%. 

Apesar de o país produzir mais de 90% do querosene de aviação que utiliza, as empresas pagam o preço do QAV com base no dólar, no petróleo no mercado internacional e mais os custos do importador – chamada de Preços de Paridade de Importação (PPI). O governo sustenta essa prática na Petrobrás pois ela garante volumosos ganhos aos acionistas da estatal – na sua maioria estrangeiros – e para o cartel de importadores de combustíveis. 

Segundo dados da ANP, no ano passado o Brasil produziu 93% (ou 4,1 bilhões do consumo total de 4,4 bilhões de metros cúbicos) do QAV consumido e importou apenas 7%. 

O preço médio das passagens aéreas no Brasil vai manter a tendência de alta neste ano, de acordo com novos dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), divulgados na quinta-feira (7). 

O valor médio da tarifa aérea doméstica, nos primeiros quatro meses de 2022, manteve a tendência de elevação, atingindo o patamar de R$ 580,41, com alta de 21,52% na comparação com o mesmo período de 2019, que antecedeu a pandemia de Covid-19. 

A explicação oferecida pela Anac é de que o querosene de aviação (QAV), combustível que teve peso de 36% na planilha de custos das empresas aéreas nos primeiros meses do ano, acumulou uma alta de 96,7% no período, quando comparado com os preços praticados no mesmo período há três anos. 

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