Hoje foi divulgado em nota conjunta das associações que reúnem delegados e agentes da PF (Polícia Federal) criticaa o governo federal por não ter cumprido a promessa de reestruturação de carreiras das forças de segurança da União.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) havia afirmado em dezembro que R$ 1,7 bilhão do Orçamento deste ano seria direcionado ao reajuste salarial para servidores da PF, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional.
“O não cumprimento do compromisso firmado publicamente pelo presidente da República Jair Bolsonaro é a representação máxima do que esse governo significou para a segurança pública e seus servidores: descaso, desprestígio e de e desvalorização”, diz comunicado assinado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).
O presidente não assinou uma medida provisória que reestruturaria a divisão de cargos e salários de servidores da PF, PRF e Depen, como havia prometido, provocando o ato.
A lei eleitoral proíbe que mudanças como essa sejam feitas depois de 4 de julho. Com isso, eventuais alterações só podem ser feitas no ano que vem.
“Apesar de ter sido eleito com a bandeira da segurança e do combate à corrupção como maior trunfo da campanha em 2018, o presidente e sua equipe só trouxeram desgaste à imagem destas instituições e prejuízos aos policiais federais”, afirmaram.
Depois que o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcus Firme, ter afirmado que o aumento salarial de 5% para todo o funcionalismo público federal não atendia às demandas dos profissionais de segurança pública, esta já é a segunda manifestação da categoria. A principal queixa do grupo é que o percentual não repõe as perdas inflacionárias nos últimos anos.
A Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) disse que a categoria passa por momento de “sentimentos de grande decepção, abandono e indignação”. Em nota, a entidade afirmou que os policiais passam por descaso e apontou que Bolsonaro teria se elegido sob uma plataforma em torno do fortalecimento da segurança pública e combate à corrupção. “Combate esse que, em sede de crimes federais, é exercido com protagonismo pela Polícia Federal, órgão mais desprestigiado neste governo”.
‘Dou reajuste, só me dizer onde tem dinheiro’, disse Bolsonaro em conversa com apoiadores. O presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu a um pedido de um caminhoneiro sobre reajuste salarial. Bolsonaro disse que poderia fazer esse ajuste para todos, desde que o “avisem onde tem dinheiro”.
O presidente ainda comparou o pedido com um “filho que querer bicicleta no Natal”. “Eu dou reajuste para todo mundo, é só avisar onde tem dinheiro. É só isso. É igual teu filho querer uma bicicleta no Natal”, disse o presidente.
O Fonacate (Fórum das Carreiras de Estado) também divulgou uma nota em que expressa indignação com o congelamento dos salários. A associação representa mais de 200 mil servidores públicos.
No dia 4 de julho, venceram os prazos legais para concessão de recomposição salarial ao funcionalismo sem que o governo federal tivesse enviado qualquer proposta ao Congresso Nacional. Com isso, o atual presidente da República será o único nos últimos 20 anos a não conceder em seu mandato reposição alguma das perdas inflacionárias aos servidores civis.
A nota diz ainda que os servidores foram tratados com “descaso”. “Resta aos 1 milhão e 200 mil servidores civis da União ativos e inativos, e seus pensionistas, denunciarem o descaso com que foram tratados pelo atual governo, para o qual a retórica de fortalecimento e valorização do serviço público não passou de promessas vazias”, disseram.