A janela partidária acontece a cada ano eleitoral e é um prazo de 30 dias para que parlamentares possam mudar de partido sem perder o mandato. Esse período acontece seis meses antes do pleito.
O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, teve um forte crescimento no número de deputados federais durante a janela partidária, que se encerrou na semana passada.
Junto com a expansão dos partidos aliados, a campanha a reeleição de Jair Bolsonaro ganha um aumento em sua estrutura.
Dados compilados pela Câmara dos Deputados até às 17h30 desta segunda-feira (4) apontaram que a bancada do PL subiu de 33 na eleição de 2018 para 73 com a janela.
O PP, do ministro da Casa Civil e presidente licenciado da legenda, Ciro Nogueira, foi de 38 nas eleições passadas para 49 deputados federais. O partido também tem como expoente o presidente da Câmara, Arthur Lira.
O Republicanos, outra bancada alinhada ao governo, cresceu de 30 deputados federais no pleito de 2018 para 45 após o troca-troca partidário.
Ou seja, essa trinca de partidos subiu de 101 deputados para 167 – praticamente um terço da Câmara, que tem 513 deputados. Esses números ainda não são definitivos porque a efetivação das trocas ainda será formalizada pelas agremiações partidárias.
De maneira geral, essas mudanças decorrem de parlamentares que estavam em outras legendas e já votavam com o governo. Há ainda aqueles que buscaram se alinhar – às vésperas das eleições – a partidos aliados ao Executivo Federal, mesmo que regionalmente não apoiem Bolsonaro.
De qualquer modo, o crescimento do PL e aliados aumenta a estrutura potencial para a campanha de reeleição do presidente, já que os deputados federais ajudam a dar capilaridade para o candidato presidencial, ao mesmo tempo que procuram se beneficiar de estar alinhados com candidatos competitivos.
Bolsonaro tem aparecido em segundo lugar nas pesquisas eleitorais e o benefício maior ou menor do presidente dessa base formal maior vai depender também do seu desempenho nas sondagens nos próximos meses.
Já em relação às votações na Câmara, uma base formalmente maior não deve modificar a dinâmica, uma vez que o governo já vinha obtendo maioria nos projetos de seu interesse. Por outro lado, em um ano eleitoral, os deputados não devem se arriscar por temas muito polêmicos que possam irritar o eleitorado.