O PT tem colocado em suas propostas e diretrizes para a área da saúde em seu programa de governo da eleição de outubro a pandemia como assunto prioritário, e para o qual enxergam o Brasil como protagonista para solução da crise global.
Lula se reuniu com ex-ministros da Saúde de governos petistas na manhã desta terça-feira para debater soluções para a pandemia.
O encontro durou cerca de três horas e produziu uma lista de “ações necessárias” para combater o problema.
Liderado pelo presidente da fundação, Aloizio Mercadante, o grupo de seis ex-ministros e seis outros nomes, como o ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Dirceu Barbano e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, entendem como unanimidade de que o fim da pandemia está longe. A razão, segundo o grupo, é a desigualdade na distribuição de vacinas, principalmente em relação a África e Ásia, cenário que ajuda a prolongar a circulação da doença no mundo.
Para reverter tal cenário, o grupo entende que o Brasil deve ocupar um papel no convencimento aos países mais desenvolvidos para levar imunizantes para regiões com baixa cobertura vacinal. Isso, além de tudo, seria uma forma de reverter o isolamento provocado pelo atual governo. As ideias foram apresentadas à imprensa nesta tarde, no prédio da fundação.
As propostas do PT envolvem a criação de um “complexo industrial” para a área de saúde, com pesado investimento estatal, para reduzir a dependência do país de insumos e tecnologias estrangeiros para produção de vacinas e medicamentos.
O Brasil passou por grande dependência de insumos estrangeiros no combate à pandemia desde 2020, em especial da China. O governo de São Paulo chegou a reclamar que a postura bélica do presidente Jair Bolsonaro contra o país asiático estava atrapalhando a importação de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção da vacina CoronaVac, por exemplo.
Trabalhando com um cenário no qual a pandemia perdure além de 2022, o partido propõe também uma reordenação das ações do Sistema Único de Saúde (SUS), que passaria a focar mais em atenção básica, a adoção do passaporte vacinal, uma política de testagem massiva, investimentos em pesquisa, a criação de um “centro nacional de controle de doenças” para lidar com possíveis novas pandemias, um maior investimento em saúde e a “reconstrução do Ministério da Saúde quando Bolsonaro deixar o poder”.