GRANDE VILÃO DA INFLAÇÃO, ATÉ QUANDO O PREÇO DO COMBUSTÍVEL VAI SUBIR?

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Nesta segunda-feira (25) a Petrobras anunciou que vai reajustar novamente os preços da gasolina e do diesel para as suas distribuidoras a partir desta terça-feira (26).

O aumento será de 7,04% para a gasolina e de 9,15% para o diesel.

O diesel já acumula no ano uma alta de 65,3% nas refinarias, a gasolina uma alta de 73,4% no mesmo período.

De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para o consumidor final a alta nos últimos 12 meses foi de 33,05% para o diesel e 39,6% para a gasolina.

Em levantamento mais recente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o preço médio da gasolina nos postos do país subiu 0,6% nesta semana, chegando a R$ 6,36 o litro, sendo a 4ª alta semanal consecutiva.

A formação do preço dos combustíveis é composta pelo preço exercido pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.

Há ainda o custo do etanol anidro na gasolina, e o diesel tem a incidência do biodiesel. As variações de todos esses itens são o que determina o quanto o combustível vai custar nas bombas.O principal fator que desencadeia as altas da gasolina e do diesel vem sendo o real desvalorizado.

Até a última sexta-feira (22), o dólar acumulava alta de 8,5% sobre o real. 

O que motiva a desvalorização do real são as várias incertezas dos investidores com relação ao rumo da política econômica do governo federal.

As falas de caráter golpista do presidente nas manifestações de 7 de setembro aumentaram as incertezas na economia e bagunçaram indicadores. 

Outro episódio marcante foi o furo do teto de gastos para financiamento do Auxílio Brasil, principalmente após o próprio ministro da Economia ter admitido o drible à regra.

O valor do petróleo também é influenciado pela recuperação da cotação do petróleo no mercado internacional. Depois do choque provocado pela pandemia de coronavírus, a economia global deve ter um crescimento robusto neste ano, o que aumenta a busca pela commodity e, consequentemente, ajuda a puxar os preços para cima.

No governo de Michel Temer, a Petrobrás alterou a sua política de preços de combustíveis para seguir a paridade com o mercado internacional. Os preços de venda dos combustíveis praticados pela estatal passaram a seguir o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. 

Dessa forma, uma cotação mais elevada da commodity e/ou uma desvalorização do real têm potencial para contribuir com uma alta de preços no Brasil.

Uma das principais acusações correntes sobre a alta de preços está relacionada ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O imposto estadual tem de fato grande peso sobre o valor do combustível. A alíquota varia entre os estados e no caso da gasolina pode chegar a 30% em alguns locais.

https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html O valor nominal do ICMS pago por litro de combustível cresceu porque seu custo, usado como base para o cálculo, está maior. As alíquotas, no entanto, são as mesmas cobradas antes da atual crise: tanto em maio do ano passado, quando a gasolina custava, em média, R$ 4, quanto em setembro, com o preço a R$ 6. O percentual cobrado em São Paulo, por exemplo, continua em 25%.

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