A evolução da profissão de cirurgião-dentista: da humanização à melhoria nos índices de saúde bucal dos brasileiros

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Em 25 de outubro celebramos o Dia do Cirurgião-Dentista. Aproveito a data para comemorar e, também, refletir sobre os avanços dos últimos anos nos índices de saúde bucal da população brasileira, tal como sobre a evolução da Odontologia no País e o papel essencial do cirurgião-dentista na promoção da saúde e do bem-estar das pessoas.

Enquanto aguardo ansioso pelos resultados da nova edição da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, que está em andamento, relembro os indicadores do último levantamento, realizado em 2010. O estudo epidemiológico apontou melhorias em relação a 2003, como a redução de 26% no índice de cárie (CPO) em crianças de 12 anos; a queda de 50% no número de adolescentes com necessidade de prótese parcial (substituição de um ou alguns dentes); além da redução de 45% no número de dentes perdidos por cárie na população com idade entre 35 e 44 anos. 

A expectativa é de que com os avanços dos últimos 10 anos, a próxima pesquisa apresente indicadores ainda melhores, demonstrando uma evolução mais significativa nos cuidados com a saúde bucal, devido ao maior acesso da população a tratamentos e medidas de prevenção. Para chegar a esses resultados passamos por muitas transformações, e nos adaptamos para atender da melhor forma às novas expectativas e necessidades da sociedade, que também sofreu grandes alterações na última década.

Não podemos ignorar o grande impacto causado pela pandemia de covid-19, nos últimos 18 meses, que evidenciou ainda mais o quão essenciais e urgentes são as questões de saúde. Mas, mesmo diante das adversidades impostas por essa grave crise sanitária, temos muito orgulho de afirmar que no que depende de nós, profissionais, seguimos proporcionando um atendimento odontológico seguro e de excelência para a população.

Como profissionais de saúde, sempre soubemos que nosso lugar é ao lado dos nossos pacientes, nos consultórios, clínicas e, também, nos hospitais. Por isso, unimos esforços e lutamos como nunca pelo exercício seguro da Odontologia nesses tempos,vencendo cada barreira e trazendo melhores condições e práticas para a atuação profissional.

Mas, assim como a pandemia nos trouxe desafios, trouxe também ensinamentos. O olhar mais cuidadoso com o próximo reforçou a importância da empatia e da humanização nos atendimentos odontológicos e de saúde, em geral. Porém, vale destacar que o conceito de humanização não é uma prática nova para os cirurgiões-dentistas, que já há algum tempo trabalham com a premissa de que cada paciente é único e requer um tratamento personalizado.

E, quando falamos de evolução em tratamentos, a inovação tecnológica deve ser enaltecida, pois possibilitou formas inovadoras de atuar na Odontologia. Hoje, uma coroa protética é desenhada em uma tela touch de um computador, a partir da informação enviada por bluetooth para uma fresadora usinar um bloco cerâmico. Espero muito pelo que vamos vivenciar daqui para frente, pois trata-se de uma contínua e acelerada transformação.

Há 30 anos atuando como cirurgião-dentista, não penso em parar tão cedo. Ainda me sinto gratificado por todos os pacientes atendidos e com cada um dos procedimentos realizados. Amo minha profissão e tenho muito orgulho de ter seguido os passos de meu pai na Odontologia. É claro que ainda há muito trabalho a se fazer e muito a contribuir, mas a certeza do dever cumprido e a ciência de que estamos no caminho certo, nos motiva a seguir em frente e a continuarmos evoluindo sempre.

Marcos Capez, presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

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