A demissão por justa causa do professor Rafael Salatini de Almeida, do Departamento de Ciências Políticas e Econômicas da Unesp de Marília (SP), após 44 denúncias de assédio, ganhou novo capítulo. A defesa afirma que o docente estava em surto psiquiátrico durante os fatos investigados e apresenta diagnósticos de Transtorno Afetivo Bipolar e Síndrome de Asperger, atestados por perícia da própria universidade.
Segundo os advogados, o professor teve sua capacidade laboral e discernimento comprometidos no período das acusações, e por isso a Unesp deveria ter adotado medidas terapêuticas, como um Termo de Ajuste de Conduta, em vez da demissão — decisão que será contestada na Justiça.
As denúncias foram formalizadas em maio deste ano por estudantes de Relações Internacionais, que relataram comentários ofensivos, misóginos, racistas e xenofóbicos supostamente proferidos em sala de aula. Após o processo administrativo disciplinar, a universidade concluiu que houve conduta grave e moralmente questionável, publicando o desligamento no Diário Oficial em 12 de novembro.
A defesa sustenta que a punição desconsiderou o parecer técnico que comprovaria o surto psiquiátrico. Já a Unesp afirma que aplicou a sanção condizente com as conclusões do processo.
O caso segue em disputa judicial.
Comentário JP Jornal O Popular
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