O Diário Oficial do Estado escancarou, na última quinta-feira (26), o que já era esperado: o soldado da Polícia Militar Moroni Siqueira Rosa foi demitido da corporação. A decisão veio depois da conclusão do processo disciplinar que analisou o crime brutal cometido em agosto de 2024, durante o show da cantora Lauana Prado, em Marília.
Naquela noite, onde o público buscava festa, o que se viu foi tragédia. Uma briga na área VIP terminou com pelo menos seis disparos, que tiraram a vida do técnico agrícola Hamilton Olímpio Ribeiro Júnior, de apenas 29 anos, e feriram outras duas pessoas.
Um crime que mancha a corporação
O processo administrativo foi categórico: o policial praticou “atos atentatórios à instituição, ao Estado e aos direitos humanos fundamentais”. Palavras fortes que significam, na prática, que sua permanência na Polícia Militar tornou-se insustentável.
É o tipo de episódio que deixa a sociedade em choque e levanta uma pergunta inevitável: quem vigia aqueles que juram nos proteger? A farda, que deveria simbolizar respeito e confiança, foi manchada de sangue e vergonha.
Prisão e júri popular
Moroni não apenas perdeu o posto. Ele também está atrás das grades, no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, aguardando julgamento por homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Será julgado pelo júri popular, e a cidade acompanha com expectativa.
A voz do povo e o peso da justiça
O caso é polêmico porque escancara a contradição: enquanto milhares de jovens morrem sem respostas, quando o dedo que aperta o gatilho veste farda, a pressão social aumenta. E cresce a sensação de que, muitas vezes, existe uma rede de proteção invisível em torno dos agentes da lei. Mas aqui, a própria corporação cortou o fio: demissão sumária, como recado de que a lei não pode ser dobrada pela patente.
Hamilton, um jovem trabalhador, não volta mais. Sua família ainda busca justiça — e carrega a dor que não cabe em palavras. A demissão do acusado é apenas o primeiro passo de um caminho que precisa ser trilhado até o fim, sem acordos de bastidores nem privilégios disfarçados.
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