O Tribunal do Júri de Marília condenou, na última quarta-feira (24), o pintor Washington Luiz da Conceição pela tentativa de homicídio do autônomo Gilmar Lourenço, crime ocorrido em dezembro de 2017, no bairro Parque das Indústrias, zona Leste da cidade. A pena, inicialmente fixada em seis anos de reclusão, foi reduzida em dois terços e convertida em sursis pelo juiz Jamil Ros Sabbag, permitindo que o réu cumpra a condenação em liberdade, sob condições impostas pela Justiça, pelo prazo de dois anos.
O Ataque
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime aconteceu na tarde de 18 de dezembro de 2017. O pintor avistou a vítima na rua Carlos Pavarini e fez a cobrança de uma dívida de R$ 420 por um serviço de pintura. Ao ouvir de Gilmar que o pagamento seria feito em outro momento, Washington reagiu com violência extrema: sacou uma faca e desferiu nove golpes contra o autônomo, atingindo regiões vitais como a cabeça, tórax e costas.
As agressões só cessaram porque um transeunte interveio. A vítima, gravemente ferida, foi socorrida por uma equipe do Samu e levada ao Hospital das Clínicas de Marília, onde sobreviveu após atendimento de emergência. O autor tentou fugir, mas foi capturado pela Polícia Militar ainda nas imediações.
O Julgamento
No plenário do Júri, a acusação representada pelo promotor Rafael Abujamra e a defesa, exercida pelos advogados Carlos Eduardo Thomé e Laura Antônio Cardoso, chegaram a um acordo para que o réu fosse condenado por tentativa de homicídio simples. Considerando que o acusado permaneceu cinco meses preso preventivamente, é réu primário e não voltou a delinquir no período em que aguardava o julgamento, a pena foi reduzida e transformada em suspensão condicional.
Consequências
O caso evidencia como uma discussão banal, ligada a uma quantia irrisória, pode se transformar em crime de sangue. Nove facadas por R$ 420 colocaram duas vidas em colapso: a da vítima, que carrega cicatrizes físicas e emocionais, e a do agressor, agora condenado criminalmente.
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Comentário JP Jornal O Popular:
A Justiça cumpriu seu papel, mas o episódio deixa um alerta: quando a violência substitui o diálogo, todos perdem. Um valor pequeno se converteu em tentativa de assassinato. Como já diz o ditado policial, “quem puxa a lâmina corta também o próprio destino”.