Decisão histórica mexe com os bastidores da cidade
Numa coletiva que parou o Paço Municipal ontem quarta-feira (24), o prefeito de Marília, Vinícius Camarinha, surpreendeu ao anunciar o rompimento do contrato de concessão de água e esgoto com a Ric Ambiental. A decisão, respaldada por um relatório técnico da USP, jogou luz sobre irregularidades e prejuízos milionários aos cofres públicos.
O decreto nº 14.788, assinado diante de vereadores, secretários e da imprensa, invalida a licitação de 2022 que entregou o DAEM à iniciativa privada. A conclusão é dura: o acordo, que deveria aliviar os gastos do município, estava, na verdade, drenando recursos.

“Venda a preço de banana” e indignação popular
Com palavras firmes, Camarinha não poupou críticas:
“O patrimônio do povo de Marília foi vendido a preço de banana, parcelado em 80 vezes. Isso é um absurdo, um verdadeiro crime contra a população”.
De acordo com o relatório da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP), a concessão era lesiva ao erário e, em vez de gerar receita, só criava despesas. O prefeito foi enfático: “Precisamos de muito em nossa cidade. A concessão deveria trazer investimentos e benefícios, mas deixou apenas prejuízos.”
Novo caminho: transparência e Bolsa de Valores
O rompimento, no entanto, não significa deixar a cidade sem serviço. A Ric Ambiental segue, temporariamente, até que um novo processo de concessão seja concluído. Segundo o prefeito, em até três meses um novo edital será lançado na Bolsa de Valores de São Paulo, com ampla concorrência e transparência.
“Queremos uma concessão que traga bom serviço ao usuário e retorno de valores para a população. Se a empresa quiser continuar, terá de se adequar. Mas serviço ruim, nunca mais”, disparou Camarinha.
Política, coragem e polêmica
A decisão, sem dúvida, causa polêmica e divide opiniões, mas projeta a imagem de um prefeito que preferiu encarar o problema de frente. Como diz o ditado: “Quem não deve, não teme. E quem deve, paga.”
Com vereadores presentes, entre eles Danilo Bigeschi, Professor Galdino, João do Bar e Mauro Cruz, além do vice-prefeito Rogerinho e secretários municipais, a coletiva mostrou união e respaldo político.
Comentário do JP Jornal O Popular
Em tempos em que muitos gestores fecham os olhos, Vinícius Camarinha decidiu abrir a caixa-preta e puxar o freio de mão de um contrato que sangrava a cidade. Foi uma atitude polêmica, mas necessária. A população agora espera que, da mesma forma que se teve coragem para romper, se tenha competência para reconstruir.
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