Megaoperação no noroeste paulista desmantela esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis

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Uma das maiores ofensivas contra o crime organizado nos últimos anos atingiu em cheio o Primeiro Comando da Capital (PCC) nesta quinta-feira (28). A Operação Carbono Oculto, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo em conjunto com forças policiais e órgãos federais, cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em cidades do noroeste paulista, incluindo Catanduva, São José do Rio Preto, Ariranha e Marapoama.

A investigação aponta que o PCC operava um esquema bilionário de adulteração, distribuição ilegal de combustíveis e lavagem de dinheiro, utilizando desde usinas e distribuidoras até fundos de investimento e fintechs controladas pelo crime.

Principais pontos da operação:

  • R$ 7,6 bilhões em impostos sonegados.
  • 52 bilhões de reais movimentados por mil postos ligados ao grupo entre 2020 e 2024.
  • 40 fundos de investimento usados pelo PCC, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões.
  • Compra de fazendas milionárias, usinas de álcool, 1.600 caminhões e imóveis de luxo no interior paulista e na Bahia.

Em Catanduva, a polícia apreendeu bens do principal articulador do esquema na região, dono de um comércio em construção utilizado para lavagem de dinheiro. Em Rio Preto, alvos incluíram condomínios de alto padrão e empresas do setor logístico. Já em Marapoama, a Usina Itajobi foi alvo de mandado. Em nota, a Usina Virgolino afirmou colaborar com as autoridades e reforçou que suas operações foram informadas ao Judiciário.

O grupo criminoso também é suspeito de usar incêndios criminosos em canaviais e empresas para coagir fazendeiros a venderem suas propriedades. Negociações eram feitas, segundo o MP, “à vista, em dinheiro vivo e sob ameaça de morte”.

O combustível da fraude

Um dos eixos do esquema era a importação irregular de metanol pelo Porto de Paranaguá (PR). O produto altamente inflamável e tóxico era desviado, transportado sem normas de segurança e utilizado para adulterar combustíveis em centenas de postos pelo país.
Consumidores eram lesados de duas formas: pagando por menos combustível do que aparecia na bomba ou por gasolina fora das especificações da ANP.

Próximos passos

Além da responsabilização criminal, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA/SP) anunciou medidas para bloquear bens equivalentes ao valor sonegado.

A operação mobilizou Gaeco, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Receita Federal, Secretaria da Fazenda de SP, ANP e PGE-SP, com apoio de Ministérios Públicos de outros estados.

JP Jornal O Popular comenta:
O PCC tentou transformar postos de gasolina em cofres do crime, mas a engrenagem começou a falhar. A Operação Carbono Oculto expõe como a facção age de forma silenciosa, mas devastadora, afetando o bolso do trabalhador e corroendo a economia. O JP Jornal O Popular segue firme, trazendo a notícia com clareza, seriedade e a coragem de quem não se cala diante do poder do crime.

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