Em uma ação que expôs uma ferida aberta no sistema de saúde de Marília, a Polícia Civil prendeu dois homens em flagrante na última terça-feira (29) durante a operação “Fake Doctor”, que apura a venda e falsificação de atestados médicos na cidade. A denúncia revela uma trama que pode atingir setores sensíveis da rede pública e colocar em xeque a confiança nos serviços de saúde.
Na residência dos suspeitos — dois técnicos em radiologia do Hospital das Clínicas de Marília — a polícia encontrou 14 atestados médicos em branco já carimbados, prontos para uso ou comercialização. Os carimbos pertencem a profissionais que atuam no Pronto Atendimento da Zona Sul e na Santa Casa de Marília. Segundo o boletim de ocorrência, os médicos cujos nomes estavam nos documentos alegaram total desconhecimento do uso indevido de suas identidades.
A investigação teve início após um médico perceber a circulação de mensagens suspeitas entre os dois acusados, onde tratavam da emissão e uso de atestados. A denúncia foi formalizada e rapidamente ganhou força, culminando na operação.
Os presos alegaram que os documentos seriam para uso pessoal. A justificativa, porém, não convenceu os investigadores, que não descartam a possibilidade de venda em larga escala e a existência de uma rede maior de falsificação.
Os dois foram autuados por falsificação de documento público, crime grave com pena de até 6 anos de prisão. Os documentos apreendidos e os celulares dos investigados foram encaminhados para perícia, e a polícia agora busca identificar se houve pacientes beneficiados e se há outros envolvidos, inclusive servidores da saúde pública.
O que mais intriga as autoridades:
- Como os carimbos de médicos foram parar nas mãos dos acusados?
- Alguém dentro das unidades de saúde facilitou o acesso?
- Quantos documentos já foram emitidos antes da prisão?
JP JORNAL O POPULAR alerta:
Este caso não é apenas um crime de falsificação. É um ataque direto à saúde pública e à ética médica. A confiança da população em seus hospitais e profissionais está em jogo. Se há quem use o sistema para benefício próprio ou comercial, é dever da justiça expor e punir com rigor.
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