MARÍLIA VÊ CRESCER REGISTROS DE CRIANÇAS SEM O NOME DO PAI NA CERTIDÃO – REALIDADE QUE REFLETE MUDANÇAS NA SOCIEDADE

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“Quando falta o pai no papel, sobra história pra contar.”
Em Marília, o número de recém-nascidos registrados apenas com o nome da mãe vem crescendo de forma preocupante. Nos últimos cinco anos, mais de 600 crianças foram registradas sem a presença paterna na certidão de nascimento. Só em 2024, esse número chegou a 122 — um salto considerável em relação aos 82 casos registrados em 2023.

Até maio de 2025, já passa de 50 o número de registros sem o nome do pai na cidade. A tendência acompanha o cenário estadual, mas Marília chama atenção pelo aumento constante, enquanto cidades como Bauru apresentaram estabilidade ou leve queda.

Especialistas apontam que, embora muitos casos estejam ligados à ausência de responsabilidade paterna, há também uma transformação positiva nas configurações familiares, com aumento de registros por dupla maternidade e métodos de reprodução assistida.

Segundo Karine Boselli, presidente da Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo), é preciso observar esse fenômeno com olhar atento, mas sem julgamento:

“Hoje existem diferentes arranjos familiares. A própria legislação permite que o reconhecimento de paternidade, quando necessário, seja feito de forma simples, direto no cartório, sem a necessidade de processo judicial.”

NÚMEROS EM MARÍLIA

  • 2020: 126
  • 2021: 121
  • 2022: 96
  • 2023: 82
  • 2024: 122
  • Até maio/2025: +50

Já no estado de São Paulo, mais de 146 mil crianças foram registradas sem o nome do pai nos últimos cinco anos. E a dupla maternidade também vem ganhando espaço: entre 2020 e 2024, foram mais de 6,2 mil registros com duas mães no estado — reflexo da ampliação dos direitos das famílias homoafetivas.

🗣️ JP JORNAL O POPULAR comenta:

O número pode chocar, mas também revela novos tempos. Marília vive uma realidade que precisa ser olhada com empatia, políticas públicas e diálogo. Afinal, “família é onde há amor, não só papel.” Que as ausências sejam superadas com presença de afeto, e que os direitos de todos — mães, pais e filhos — sejam respeitados e garantidos.

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