Esquema envolvia uso de “laranja” em contratos públicos; empresário também foi condenado a quase 10 anos
A Justiça de Bastos (SP) proferiu, na última sexta-feira (9), uma sentença que sacudiu os bastidores da política local. O ex-secretário de Planejamento do município, Rodrigo Alexandro Murjia, foi condenado a 10 anos e 5 meses de prisão em regime fechado por corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude ao caráter competitivo de licitações.
Além dele, um empresário do ramo da construção civil, apontado como “laranja” no esquema de fraudes, também foi sentenciado a 9 anos e 8 meses de prisão. A identidade do empresário não foi divulgada oficialmente pela Justiça.
Fraude estruturada com contratos públicos
De acordo com as investigações conduzidas pelo promotor Lucas Oléa, Murjia atuava para direcionar contratos públicos a uma empresa ligada ao empresário envolvido no esquema. A companhia beneficiada executava grande parte das obras públicas do município, em contratações marcadas por irregularidades e combinação prévia de resultados licitatórios.
O esquema foi desvendado após cumprimento de mandados de busca e apreensão nos celulares dos investigados. As provas reunidas incluíram mensagens trocadas sobre orçamentos, notas fiscais, empenhos e até divisão de valores entre o ex-secretário e o empresário.
Em um dos trechos mais comprometedores da investigação, consta um comprovante de transferência bancária via Pix, feita diretamente da conta do empresário para a conta pessoal de Murjia.
Responsabilidade é da gestão anterior, diz prefeitura
Em nota, a atual administração da Prefeitura de Bastos afirmou que os crimes atribuídos a Rodrigo Murjia ocorreram durante a gestão anterior e que não têm qualquer vínculo com a equipe que hoje comanda o município. Murjia havia sido afastado do cargo em janeiro de 2024, após pedido do Ministério Público.
Corrupção e desvio de função pública
A condenação marca um duro golpe contra práticas de corrupção envolvendo a administração pública. O juiz Fábio Sola, responsável pela sentença, considerou a gravidade dos atos e o impacto direto sobre o interesse público. Segundo ele, “as fraudes ferem não apenas a moralidade administrativa, mas comprometem a confiança da população na gestão dos recursos públicos”.
Como diz o povo: “quem mexe com o que é dos outros, acaba pagando a conta com juros e correção.”
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Comentário do JP JORNAL O POPULAR
Casos como o de Bastos reforçam a necessidade de vigilância constante sobre os gestores públicos. Quando o poder é usado para benefício próprio, quem paga é o cidadão. A condenação do ex-secretário Rodrigo Murjia é um avanço no combate à impunidade, mas também um alerta: é preciso mais fiscalização, mais transparência e, principalmente, mais compromisso com o interesse público. O povo não pode mais ser espectador da corrupção — tem que ser protagonista da mudança.
JP JORNAL O POPULAR — Aqui, a verdade não se esconde.