Brasileiros pagaram R$ 3 trilhões em impostos em 2024: quem planta vento, colhe tempestade?
O famoso Impostômetro, painel da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), alcançou a impressionante marca de R$ 3 trilhões em tributos pagos pelos brasileiros neste ano. O montante foi atingido com 54 dias de antecedência em relação a 2023, quando o valor só apareceu em dezembro. Essa corrida do “quem paga mais” na arrecadação reflete a alta de 20% em relação ao ano passado. Enquanto isso, há uma década, o mesmo painel marcava tímidos (mas já robustos) R$ 1,57 trilhão. É, como diz o ditado, “o tempo passa, a conta cresce”.
Os trilhões englobam impostos, taxas, multas e correções monetárias pagos aos cofres públicos federais, estaduais e municipais desde o início do ano. E a pergunta que não quer calar: o retorno disso chega ao bolso do cidadão ou fica pelo caminho? Afinal, muitos se perguntam se o buraco nas estradas, a fila no hospital e a precariedade nas escolas têm o mesmo ritmo acelerado dessa arrecadação recorde.
O que explica tanto imposto no bolso?
De acordo com Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, o aumento se deve ao crescimento econômico próximo de 3% e uma inflação controlada em torno de 4%. “Isso gera alta nos preços e, consequentemente, na arrecadação”, explicou. Porém, ele também aponta um alerta: em 2025, os impostos podem pesar ainda mais no bolso dos brasileiros, com medidas como a ampliação da isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. Ou seja, se “o santo ajuda quem madruga”, quem acorda tarde pode acabar pagando a conta.
Comparativo que faz pensar
- 2024: R$ 3 trilhões pagos até 1º de novembro.
- 2023: R$ 2,5 trilhões no mesmo período.
- 2014: R$ 1,57 trilhão ao longo do ano.
A evolução é notável, mas a desigualdade entre a arrecadação e os serviços públicos prestados não parece acompanhar a mesma curva ascendente. Enquanto a arrecadação cresce, o clamor por educação, saúde e infraestrutura de qualidade ecoa como um grito sufocado em meio ao mar de tributos.
No final das contas
O povo brasileiro continua mostrando resiliência em meio à alta carga tributária, mas questiona: até quando o peso será apenas no bolso e não na melhoria da vida? Como bem ensina o ditado, “nem tudo que reluz é ouro, e nem todo imposto vira serviço público”.
JP Jornal O Popular comenta:
“O Impostômetro pode até marcar R$ 3 trilhões, mas o verdadeiro termômetro da nação está no rosto cansado de quem paga e na esperança de quem ainda acredita em dias melhores. Que o imposto de hoje não seja apenas o lamento de amanhã.”