Desconfiança na Black Friday: Mais da metade dos brasileiros não pretende comprar
A Black Friday, marcada para a última sexta-feira deste mês, parece não convencer a maioria dos consumidores brasileiros. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que 59,4% das pessoas não planejam abrir a carteira na data que promete descontos irresistíveis. A principal razão? A desconfiança em relação aos preços praticados pelos lojistas.
“Em terra de espertos, quem tem olho é rei”, brincam muitos consumidores que, atentos, já notaram o famoso truque do “tudo pela metade do dobro”. Produtos inflacionados dias antes da promoção geram descontentamento, e isso pode ser um grande balde de água fria nas expectativas do comércio.
Apesar disso, o estudo mostra um tímido aumento no interesse em aproveitar as ofertas: o número de consumidores dispostos a comprar saltou de 15,5% para 23,4%. Mas, como explica a economista Anna Carolina Gouveia, da FGV, o público está cada vez mais cauteloso. “Os consumidores são espertos, estão de olho nas ofertas. Eles sabem que muitas podem ser fraudes. Ainda assim, há um grupo que espera encontrar oportunidades reais, especialmente na internet.”
Fraudes disfarçadas de promoções
A internet, o principal palco das compras da Black Friday, também é o lugar onde muitas fraudes aparecem. Exemplos não faltam: uma geladeira que custava R$ 4.900 há poucos dias agora está anunciada por mais de R$ 5.600. Já um celular de última geração, vendido por R$ 4.200 no início do mês, agora chega a R$ 5.900.
Para o consumidor mais atento, a manipulação de preços não passa despercebida. “Pode até enganar um ou outro, mas, como diz o ditado, ‘gato escaldado tem medo de água fria’. Estamos mais vigilantes”, comentou João, um dos entrevistados pela pesquisa.
O comentário do JP Jornal O Popular
“A Black Friday é como uma roleta: às vezes você ganha, mas, na maioria das vezes, só roda. O consumidor brasileiro, cada vez mais consciente, não quer cair em ciladas. Transparência é o melhor desconto que um lojista pode oferecer.”