As apostas online têm se tornado uma preocupação crescente para pais e educadores no Brasil, que enfrentam o desafio de proteger crianças e adolescentes do vício impulsionado por influenciadores digitais. Esses influenciadores, muitas vezes ostentando uma vida de luxo e facilidade, acabam atraindo a atenção dos mais jovens, que acreditam que podem transformar diversão em dinheiro fácil.
Veja o caso do João, um menino de apenas 12 anos, que trocou o futebol com os amigos por horas no celular, seguindo as promessas dos influenciadores. Atraído pelo glamour das apostas, ele usou os dados da mãe para se cadastrar em um site e, em pouco tempo, perdeu R$ 400. Sua mãe, assustada com a situação, deletou os aplicativos de jogos e começou a ficar mais atenta ao que o filho fazia no mundo digital. “Quem não cuida do seu, acaba lamentando depois”, diz um ditado popular que reflete bem a situação de muitos pais atualmente.
Essa realidade não é isolada. Um estudo do Instituto Locomotiva revela que 79% dos apostadores online no Brasil estão nas classes C, D e E, com 25 milhões de novos jogadores somente em 2024. O problema é tão sério que até a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, já declarou que o combate às apostas online precisa ser uma prioridade, especialmente na publicidade voltada ao público infantojuvenil.
Nas escolas, o combate também começou. Na zona oeste de São Paulo, por exemplo, os educadores têm incluído rodas de conversa com os alunos para discutir os riscos dessas apostas. Lucca, de 14 anos, aprendeu que “o dinheiro vem do esforço e do trabalho”, enquanto Antônia, da mesma idade, acredita que “ninguém deveria entrar nisso, nem mesmo os adultos”. Afinal, como diz o velho ditado, “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.
O que fica claro é que, em um cenário de influências negativas, o papel de pais e educadores é fundamental para evitar que os jovens sejam seduzidos por promessas enganosas. No final, o trabalho conjunto de conscientização pode ser a chave para preservar o futuro dessas crianças.
JP Jornal O Popular: Informando para transformar.