No dia 17 de novembro de 2023, a Prefeitura de Vera Cruz firmou um contrato no valor de R$ 78.400,00 com uma emissora de rádio de Garça. O que chama a atenção é a natureza duvidosa desse contrato, que, segundo informações publicadas, não especifica claramente o objeto da contratação. São previstas 550 inserções mensais ao longo de 12 meses, totalizando 6.600 incursões radiofônicas, sem estipular a duração de cada uma delas.
O cerne da questão reside no período pré-eleitoral e eleitoral, durante o qual a rádio supostamente divulgará 5.000 inserções pagas com recursos públicos, claramente direcionadas para promover a administração e a imagem pessoal do prefeito. Tal prática levanta questionamentos éticos e legais sobre o uso de verbas públicas para promoção pessoal em um ano eleitoral.
O prefeito Davoli parece estar investindo em uma estratégia publicitária agressiva, transformando a rádio comunitária da cidade em uma “emissora oficial da prefeitura”, veículo de comunicação que deveria servir ao interesse público, não aos interesses particulares de uma gestão municipal. Essa prática distorce o propósito da concessão pública de radiodifusão e cria um cenário desproporcional de propaganda política financiada pelo erário.
Apesar de a prefeitura dispor de recursos gratuitos, como redes sociais oficiais e o Diário Oficial eletrônico, o Portal da Transparência revela um excesso de gastos com publicidade em veículos de comunicação privados. Essa estratégia busca construir uma narrativa paralela e dourada, encobrindo os problemas e escândalos que assolam a gestão do prefeito.
A contratação de 5.000 inserções no período eleitoral por R$ 78.400,00, juntamente com outros contratos duvidosos de publicidade e a nomeação de uma publicitária para o quadro de diretores da prefeitura, levanta sérias questões que exigem investigação por parte dos órgãos competentes. É fundamental que a sociedade permaneça vigilante e atenta às práticas que visam manipular a opinião pública em benefício próprio.
A conduta do prefeito Davoli em relação aos contratos suspeitos de publicidade, levantando questionamentos éticos e legais sobre o uso indevido de verbas públicas. Teixeira destaca a importância do Ministério Público investigar essas práticas e garantir a transparência e a legalidade na gestão municipal. A sociedade merece respostas claras e medidas efetivas para combater qualquer indício de corrupção e favorecimento pessoal dentro da administração pública.
Alan Teixeira, diretor do JP Jornal O Popular
