Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, decidiu demitir Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército, de seu cargo na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp). A demissão, ocorrida durante o feriado de carnaval, foi confirmada pela Prodesp nesta quarta-feira (14). A medida foi tomada em decorrência das investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), que apontam a participação de Denicoli em uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a PF, o major foi alvo de uma operação de busca e apreensão na semana passada, denominada Operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A Justiça determinou que Denicoli não pode manter contato com outros investigados e está proibido de deixar o país.
Angelo Martins Denicoli é apontado como membro do “núcleo de desinformação” e ataques ao sistema eleitoral, juntamente com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, entre outros. As investigações indicam que esse grupo teria se dedicado à produção, divulgação e amplificação de notícias falsas e “estudos” que questionam a integridade das eleições presidenciais de 2022, incluindo alegações sobre registros de votos fora do horário oficial e inconsistências no código-fonte das urnas.
A PF argumenta que o propósito dessas ações era incentivar os seguidores de Bolsonaro a se concentrarem em frente a quartéis e instalações das Forças Armadas, criando um ambiente favorável para a execução de um golpe de Estado.