Brasil lidera ranking de custo de energia elétrica entre 34 países da OCDE

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O Brasil é o país da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) onde a conta de luz mais impacta o bolso dos consumidores. De acordo com a Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), o gasto com energia pesa mais no orçamento dos brasileiros do que em nações com economias mais robustas, como Estados Unidos e Espanha, e até mesmo em países emergentes, como Chile e Turquia.

Um levantamento com base em dados de 2022 revela que, em média, os brasileiros destinam 4,54% de sua geração de riqueza anual para o pagamento da conta de luz residencial. Comparativamente, os espanhóis gastam em média 2,85%, enquanto os alemães destinam 1,72%. Na América Latina, o Brasil lidera frente a economias emergentes como Chile (2,65%) e Costa Rica (2,76%).

O custo de adquirir 200 kWh de energia elétrica em cada país, em relação ao PIB per capita, demonstra a disparidade:

  1. Brasil – 4,54%
  2. República Tcheca – 3,24%
  3. Grécia – 3,03%
  4. Espanha – 2,85%
  5. Costa Rica – 2,76%
  6. Itália – 2,69%
  7. Chile – 2,65%
  8. Letônia – 2,64%
  9. Eslováquia – 2,32%
  10. Portugal – 2,27%
  11. Polônia – 2,26%
  12. Países Baixos – 2,1%
  13. Turquia – 2,02%
  14. Lituânia – 2,02%
  15. Bélgica – 2,01%
  16. Reino Unido – 2,01%
  17. Estônia – 1,96%
  18. Dinamarca – 1,87%
  19. Alemanha – 1,72%
  20. Hungria – 1,44%
  21. Eslovênia – 1,38%
  22. França – 1,23%
  23. Áustria – 1,14%
  24. Finlândia – 1,12%
  25. Nova Zelândia – 1%
  26. Suécia – 0,92%
  27. Coreia do Sul – 0,79%
  28. Irlanda – 0,72%
  29. Noruega – 0,70%
  30. Suíça – 0,60%
  31. Canadá – 0,54%
  32. Estados Unidos – 0,48%
  33. Islândia – 0,39%
  34. Luxemburgo – 0,38%

Fontes: Abrace e Agência Internacional de Energia

A Abrace destaca que mais de metade (60%) do valor da conta de luz está associada à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. O restante compreende taxas destinadas a políticas públicas, subsídios, impostos e ineficiências do setor.

Em 2023, os brasileiros estão previstos para pagar cerca de R$ 10 bilhões ao mês a mais na conta de luz, destinados a tributos e subsídios. Isso totaliza um montante de R$ 119 bilhões ao longo do ano.

A conta de luz também financia setores e fundos diversos, muitos dos quais não têm relação direta com energia elétrica. Há destinação de recursos para áreas como rural e irrigação, água, esgoto e saneamento. A maior despesa recai sobre a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que deve receber aproximadamente R$ 30 bilhões das tarifas dos consumidores este ano.

Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, enfatiza que os brasileiros pagam repetidamente um alto custo pela energia elétrica. Ele ressalta que cerca de um quarto do gasto mensal de uma família é destinado à energia, permeando desde a conta residencial até o custo embutido em produtos do dia a dia.

Para manter a conta em dia, Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, sugere o planejamento financeiro, destacando a importância de incluir a conta de luz nas despesas fixas. Ele orienta a mapear a renda total, separar despesas fixas e variáveis, organizar dívidas e pagamentos, e estar atento aos prazos de pagamento para evitar cortes e taxas extras.

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