Um estudo realizado pelo Núcleo de Gênero do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) sobre o perfil dos crimes de estelionato amoroso revelou que as vítimas, que são a maior parte mulheres, tendem a ser mais velhas e com condição financeira superior à do golpista.
O levantamento analisa casos cometidos no contexto de violência doméstica e de gênero. Foram 240 casos registrados desde 2018 na Delegacia de Atendimento à Mulher.
De acordo com o MPDFT, o estelionato amoroso ocorre nas situações em que o golpista se aproveita de um relacionamento amoroso para obter vantagens financeiras e patrimoniais.
A pesquisa é acompanhada pelos promotores de Justiça Liz Elainne Mendes e Thiago Pierobom. Os promotores acrescentam que devem existir a intenção de enganar a vítima e uma situação de abuso para que o crime seja configurado.
Os promotores identificaram quatro tipos de características desse tipo de golpe. O golpista tira proveito da dependência emocional por parte da mulher para obter vantagens abusivas, como veículos e imóveis.
O segundo tipo é a simulação de relação amorosa para obter vantagem. Nesse caso, o golpista eventualmente usa uma identidade falsa.
Outras características são o engano mediante falsa oportunidade de negócios e gestão patrimonial e, por último, a gestão patrimonial dos bens do casal exclusiva pelo homem, com fraudes para apropriar-se do patrimônio comum após a separação.