Bolsonaro não passará a faixa para Lula e irá para resort de luxo de Trump nos EUA

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Jair Bolsonaro (PL), ao invés de passar a faixa para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu viajar para o resort de luxo de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.

A viagem está programada para quarta-feira (28), antes do término de seu mandato. Bolsonaro teria dito a amigos que vai passar uma temporada no condomínio Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida (EUA). A propriedade é do ex-presidente dos Estados Unidos, ídolo de Bolsonaro, onde abriga o resort de luxo.

O presidente derrotado, teria dito a amigos que “pretende descansar por 1 ou 2 meses” na Flórida. Não há informações sobre quem vai acompanhá-lo nessa viagem ao exterior.

Amigos que exercem influência sobre Bolsonaro têm procurado demonstrar que, no atual cenário de radicalização do país, cumprir essa obrigação do cargo (passar a faixa ao próximo presidente) pode soar como “ato de grandeza” da parte dele.

Porém Bolsonaro não ouviu. Ele foi o primeiro presidente da República derrotado no primeiro exercício do mandato, desde que o instituto da reeleição foi inserido no ordenamento jurídico brasileiro, por meio da EC (Emenda à Constituição) 16, promulgada em 4 de junho de 1997.

A propósito, a EC foi aprovada no penúltimo ano do primeiro mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso, inclusive com compra de votos no Congresso para aprovar a alteração constitucional. 

Em entrevista ao Correio Braziliense, na última sexta-feira (23), a deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) disse que não acredita que Bolsonaro vai passar a faixa.

Segundo a parlamentar, Bolsonaro não vai fazer a passagem em 1° de janeiro. “Não acredito que ele, pessoalmente, faça essa passagem da faixa. Mas alguém fará [a passagem]”, disse, destacando que ele se recolhe cada vez mais.

A notícia da viagem de Bolsonaro para o exterior, antes de encerrar o mandato repercutiu intensamente. Há quem acredite que ele estaria em fuga, tentando evitar possível prisão assim que perder o foro privilegiado. Ou mesmo “chateado”, já que não consegue superar a derrota. Mas há também aqueles que não veem na notícia nenhuma surpresa.

“A gente normalizou tanto os absurdos do presidente que essa decisão é esperada. Mas é um rompimento histórico de uma tradição democrática. Passar a faixa é um símbolo do respeito à Constituição. Bolsonaro ficará marcado para sempre como o presidente inimigo da democracia”, disse a deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP), na conta dela no Twitter.

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