Nesta sexta-feira (8) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registra a inflação oficial do país, cresceu 0,67% em junho, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice segue em alta após o aumento de 0,47% em maio. Em 12 meses, o indicador geral acumula alta de 11,73% – a maior para o mês de junho dos últimos 19 anos.
De acordo com o IBGE, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta na passagem de maio para junho.
Alimentação e bebidas (alta de 0,80%) teve o maior impacto (0,17 p.p.), influenciado pela alta dos alimentos para consumo fora do domicílio (alta de 1,26%). A refeição passou de 0,41% no mês anterior para 0,95% em junho, enquanto o lanche foi de 1,08% para 2,21%.
O setor de alimentos para consumo no domicílio também variou em alta de 0,63%, com destaques de alta para os preços do leite longa vida (10,72%) e o feijão-carioca (9,74%). No lado das quedas, houve recuo expressivo nos preços da cenoura (-23,36%), cebola (-7,06%), da batata-inglesa (-3,47%) e do tomate (-2,70%).
Em 12 meses, a alimentação do domicílio acumula alta de 16,71%. Entre os alimentos que mais subiram em um ano estão: cenoura (83,99%), abobrinha (82,99%), melão (78,37%), batata-inglesa (76,01%), morango (75,03%), mamão (74,55%), tomate (67,04%), tubérculos, raízes e legumes (65,71%), café moído (61,83%), cebola (60,39%) e pimentão (48,96%).
O impacto dos altos preços da gasolina e do diesel, ambos dolarizados, são diretos nos custos dos alimentos e com os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, os alimentos e demais serviços que dependem do transporte encarecem para os brasileiros, que não têm reajuste salaria real há anos. Nos últimos 12 meses, o óleo diesel subiu 56,36% e o preço da gasolina, 26,93%.
O instituto apontou também que o grupo Vestuário teve a maior variação entre os grupos pesquisados, com alta de 1,67%, pressionado pelas subidas nos preços das roupas masculinas (2,19%), femininas (2,00%), infantis (1,49%) e dos calçados e acessórios (1,21%).
“Esse grupo tem registrado alta mês após mês. Uma das explicações é o aumento de preços das matérias-primas, principalmente do algodão. Há também a influência indireta de outros fatores, como a alta dos combustíveis”, diz o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Veja a inflação de junho para cada um dos grupos pesquisados pelo IBGE:
Alimentação e bebidas: 0,80%
Habitação: 0,41%
Artigos de residência: 0,55%
Vestuário: 1,67%
Transportes: 0,57%
Saúde e cuidados pessoais: 1,24%
Despesas pessoais: 0,49%
Educação: 0,09%
Comunicação: 0,16%