O número de mortes de policiais militares em serviço no estado de São Pauli caiu e chegou ao menor índice em 31 anos. Os números refletem uma mudança no trabalho dos policiais que atuam nas ruas de São Paulo.
Em 2021 quatro policiais militares morreram em serviço: três em acidente de trânsito e um baleado e morto em São Vicente, na Baixada Santista, por um bandido. Foi o menor número de casos dos últimos 31 anos no estado.
Os anos 90 registraram a maior perda de vidas de policiais militares em três décadas. Foram 32 mortos em serviço em 1992; 37 mortes em 1994; e o pico em 1999, com a perda de 42 policiais em serviço.
De 2003 em diante as mortes em serviço começaram a cair. Chegando a 18 casos em 2020.
No ano passado, foram quatro. Uma redução de quase 78% em relação ao ano anterior.
A Polícia Militar atribui a queda ao treinamento e à tecnologia, a mais recente delas a câmera corporal.
As câmeras corporais estão em 33 batalhões da capital e da região metropolitana de São Paulo. Elas também são usadas em duas cidades do interior do estado e em duas cidades do litoral. O comando da PM diz que as câmeras mudaram a forma de trabalho dos policiais nas ruas.
“O policial militar do lado de cá se vê mais ainda motivado a utilizar todos os procedimentos operacionais, táticas e técnicas que ele traz lá dos bancos escolares. Nos batalhões que estão usando câmeras observamos queda nos números de confronto e consequentemente de mortes também”, diz o porta-voz da PM/SP, major Davi Freixo.
O diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública analisa que toda a sociedade ganha quando os policiais usam equipamentos e colocam em prática as técnicas de segurança.
“Um policial protegido, seguro de que está fazendo o serviço certo, vai poder de certa forma ter mais tranquilidade de poder olhar para uma ação e poder tomar uma decisão mesmo que em fração de segundos. A instituição tem treinamento, fornece equipamento e as câmeras e outros equipamentos vão mostrando e fazendo supervisão. Quando a gente tem tudo isso funcionando a gente tem menos mortes, que é no limite um dos pontos fundamentais de uma democracia: a vida. Proteger a vida de quem quer que seja, inclusive e sobretudo dos próprios policiais”, afirma o diretor do Fórum Brasileiro de Segurança, Renato Sérgio de Lima.