Na tarde da última sexta-feira, uma jovem de 17 anos e seu companheiro, de 20 anos, foram presos, suspeitos da morte de uma bebê de 1 ano e 10 meses, filha da jovem e enteada do rapaz.
A criança deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 7 de fevereiro, mas não resistiu às graves lesões apresentadas.
De acordo com a polícia, o prontuário da unidade de saúde indicou que a menina sofreu morte encefálica, tendo como possível motivação o fenômeno conhecido como “shaken baby” (síndrome do bebê chacoalhado).
O diagnóstico foi corroborado pela necropsia feita no Instituto Médico-Legal (IML), que constatou um grande edema cerebral e infiltrações hemorrágicas difusas, entre outras lesões. A causa da morte foi identificada como sepse (infecção generalizada) decorrente de traumatismo cranioencefálico.
A polícia desconfiou da participação do casal no crime inicialmente com a análise do prontuário médico, que trazia o indicativo de lesões na criança. Depois, o laudo de necropsia do IML também confirmou a morte violenta.
A mãe, porém, negou que tivesse matado a filha. O padrasto, no entanto, admitiu que sacudiu a enteada, mas apenas com o intuito de socorrê-la.
No decorrer das investigações, porém, foi concluído que as versões apresentadas pelos dois não eram verdadeiras. Os investigadores colheram depoimentos de diversas testemunhas, como o pai da criança, a médica que prestou o primeiro atendimento no hospital e funcionários do abrigo onde a mãe da menina vinha morando com a filha.
Ainda de acordo com a polícia, ficou comprovado que a vítima sofria de maus-tratos constantes, chegando a sofrer uma fratura exposta no braço direito em virtude das agressões.
O inquérito foi concluído com o casal sendo apontado como responsável pela morte violenta da criança. A prisão do padrasto foi decretada pela 2ª Vara Criminal da capital, enquanto a apreensão da menor teve a chancela da Vara de Infância e Juventude.