A exploração animal para a venda de filhotes é uma prática ilegal e que vem crescendo em
Marília. Para levar informação sobre os prejuízos causados aos animais por causa do excesso
de prenhez, a ONG Spaddes junto aos cursos de Medicina Veterinária e Publicidade e
Propaganda da Universidade de Marília (Unimar) e o Conselho Regional de Medicina Veterinária
de São Paulo (CRMV-SP) lançaram a campanha de conscientização à exploração animal para
venda ilegal de filhotes.
De acordo com o diretor da ONG Spaddes, Gabriel Fernando Francisco, a campanha foi
idealizada, após o alto número de denúncias. “Nosso objetivo é levar conhecimento para as
pessoas sobre os males que este excesso de prenhez causa. Chegamos a receber 15
denúncias por mês da utilização das cadelas para a venda de filhotes e, em alguns casos,
encontramos os animais em estado deplorável. Por isso, queremos conscientizar a todos sobre
as regras para esta prática”, conta.
Ainda segundo Gabriel, a ONG sempre visando a qualidade de vida dos animais idealizou a
campanha e buscou a Unimar para levar informação à população. “Desde 2013 atuamos em
Marília contra o crime de maus tratos e abandono animal com o apoio da população, dos
médicos veterinários, do CRMV-SP, porque nosso principal objetivo é promover o bem estar dos
animais. Por isso, buscamos a Unimar, que também tem forte atuação na causa animal, para
tentar diminuir a incidência de casos”, destaca.
A campanha visa orientar as pessoas sobre a exploração de cadelas para fins comerciais, uma
vez que há leis que regularizam a prática, sendo permitido esta reprodução em canis
regularizados e com profissionais qualificados para o acompanhamento da saúde das fêmeas.

O Médico Veterinário da ONG Spaddes, Ariadno Caires Turatti, chama a atenção para as regras
que garantem o bem estar dos animais. “As cadelas no período de reprodução devem ser
atendidas por médico veterinário, fazer pré-natal, receber alimentação diferenciada e que
tenham sua fisiologia respeitada. Nós queremos, com a campanha, diminuir a questão de óbitos,
porque vem acontecendo muitos devido ao excesso de indução ao acasalamento, prenhez e
partos distócicos, que provocam a morte da mãe e filhote”, explica.
O uso de uma cadela para reprodução de forma desordenada e sem o devido cuidado com a
saúde pode ser caracterizado no crime de maus tratos, conforme a lei 9.605, passível de prisão
e multa.
De acordo o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Unimar e vice-presidente do
CRMV-SP e, Fábio Manhoso, esta prática ilegal é crime. “Pode até ser por falta de informação
ou por má fé, entrando num caso ilícito, mas algumas pessoas prejudicam os animais para fins
comerciais. Então nós temos que coibir e apoiar, estando nos dois polos, tanto naquele que quer
adquirir o animal de forma consciente, racional e saudável, como naquelas que criam no fundo
do quintal de casa, por que ambos precisam de uma orientação para que tenham condições de
promover a saúde e bem-estar desses animais”, explica.

Para levar informação à população a campanha contará com a participação da Agência
Universitária do curso de Publicidade e Propaganda da Unimar. A Coordenadora do curso,
Débora Massarollo Ottoboni, destaca a importância de integrar os acadêmicos com trabalhos
sociais. “Para os acadêmicos, ter a vivência de realizar trabalhos com clientes reais e
desenvolver suas habilidades profissionais na prática é fundamental e esta é uma marca que
está no DNA do curso. Outro fator essencial é trabalhar com causas sociais, porque eles vão
entender como as pessoas, com problemas reais e sociais, consomem a informação. Acredito
que este é um dos grandes legados que o curso pode dar aos alunos”, destaca.

Uma das acadêmicas que integra a Agência Universitária e que vai atuar nesta campanha é a
Laura Magalhães. Para ela, esta oportunidade é única. “Com certeza, colocar em prática tudo o
que estamos aprendendo nos incentiva a buscar sempre mais, porque estamos vendo como
realmente é na prática, não ficando só passivo. Fico muito feliz, estou no segundo termo da
graduação e tenho a oportunidade de participar, colocando tudo que estou aprendendo e
ajudando a comunidade”, conclui.