Nem sempre o que é dito com tom de leveza cai bem quando a dor é coletiva. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reconheceu o erro e pediu desculpas públicas após fazer uma brincadeira considerada inoportuna durante uma coletiva de imprensa sobre os casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas no estado.
Durante a fala, o governador havia dito que “só se preocuparia com o assunto no dia em que começassem a adulterar Coca-Cola”. A frase, feita em tom de descontração, gerou forte reação popular — afinal, a crise já tirou vidas, causou internações e espalhou medo em todo o estado.
Diante da repercussão, Tarcísio gravou um vídeo e reconheceu o deslize:
“Errei. A brincadeira não cabia diante da gravidade do momento. Peço perdão às famílias que sofrem e a todos que esperam do Estado uma resposta firme”, afirmou.
O governador reforçou que não tem “compromisso com o erro” e prometeu reforçar as ações de combate à falsificação de bebidas, incluindo destruição de estoques suspeitos, novas proposições legislativas e convênios com o setor privado para ampliar a fiscalização.
O panorama da crise
Segundo o último boletim, São Paulo concentra 176 casos notificados de intoxicação, sendo 18 confirmados com presença de metanol e 10 mortes, das quais 3 já foram comprovadas por laudo.
Outros 158 casos seguem sob investigação — um número que assusta e mostra que a tragédia ainda está longe do fim.
Especialistas alertam que o metanol é traiçoeiro: não tem cheiro, cor nem sabor. Uma dose mínima pode causar cegueira, coma e até a morte. Por isso, o alerta é claro: “Desconfie de bebidas baratas e sem procedência. O barato pode sair caro.”
O governo promete endurecer o combate, com destruição de rótulos, garrafas e tampas falsificadas — mais de 7 mil unidades já foram apreendidas. As autoridades também investigam duas hipóteses principais: o uso de metanol para limpar garrafas reaproveitadas ou para aumentar artificialmente o volume de bebidas falsificadas.
No entanto, o estrago da fala segue ecoando. Em tempos de dor, cada palavra pesa. Como diz o ditado: “Quem fala o que quer, ouve o que não quer.” Tarcísio acertou em reconhecer o erro — mas o episódio mostra como, na política, até uma piada pode custar caro quando o povo espera empatia e ação.
Comentário do JP Jornal O Popular:
O perdão é um gesto nobre, mas a responsabilidade é ainda maior. Em meio à crise, o povo quer atitudes firmes, não frases infelizes. Que o arrependimento vire combustível para mais fiscalização e menos tragédia.
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