Uma denúncia que chegou ao JP Jornal O Popular está dando o que falar em Marília: o vereador conhecido como Burcão teria realizado cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até aí, nada de anormal, se não fosse um detalhe que deixa a pulga atrás da orelha — esse tipo de procedimento só é autorizado quando há risco de saúde comprovado, e não por fins estéticos.
A pergunta que não quer calar é simples e direta: como se deu esse pedido, quanto tempo o vereador estava na fila e se, de fato, seguiu os trâmites que todo cidadão enfrenta?
O que está em jogo
O SUS, por lei, deve priorizar casos graves, onde a obesidade ameaça a vida do paciente com doenças associadas, como diabetes, hipertensão ou problemas cardíacos. A fila é longa, muitos aguardam anos, e a dor de quem sofre na espera é real. Se houve algum “atalho” por conta do cargo, estamos diante de um problema que vai além da saúde: toca no decoro parlamentar e no respeito à igualdade entre cidadãos.
O peso da denúncia
Como bem diz o ditado popular, “quem corta caminho, deixa rastro”. Se confirmado que houve privilégio, não se trata apenas de uma decisão pessoal, mas de uma afronta ao princípio de que o vereador deve zelar pelo coletivo e não colocar seu nome acima da lei.
E não é de hoje que Burcão aparece atrelado a padrinhos políticos poderosos. Entre eles, o ex-prefeito Daniel Alonso, que na boca do povo carrega o título nada honroso de pior prefeito da história de Marília. Relações como essa levantam ainda mais dúvidas sobre como se abrem portas e se encurtam caminhos no serviço público.
O detalhe que indigna
Vale lembrar que o vereador Burcão recebe mensalmente cerca de R$ 15 mil de salário, sem contar os ganhos indiretos. Mantém três assessores, cada um com remuneração em torno de R$ 10 mil com benefícios, além de receber diárias de R$ 600 sempre que viaja em nome do Legislativo.
Ou seja: não estamos falando de alguém sem condições financeiras, mas de um parlamentar que, mesmo com vencimentos robustos, recorreu ao SUS — sistema que deveria estar priorizando cidadãos em situação de real vulnerabilidade.
O que o JP Jornal O Popular quer saber
Nosso papel é perguntar em voz alta o que muita gente está murmurando nos corredores:
- Quanto tempo o vereador esperou na fila?
- Qual o laudo médico que comprovou risco imediato à saúde?
- Houve algum favorecimento ou influência política?
São respostas que a população merece ouvir, porque transparência não é favor, é obrigação.
Comentário do JP Jornal O Popular: “A saúde é direito de todos e dever do Estado. Mas quando o acesso vira privilégio de poucos, o povo paga a conta. Queremos respostas claras, sem enrolação. O buraco é fundo e o silêncio não vai tapar.”
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