“O câncer será o inimigo número 1 do futuro”, alerta estudo que prevê salto de 75% nas mortes até 2050

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Um estudo publicado na respeitada revista científica The Lancet acendeu o sinal vermelho para a saúde mundial: as mortes por câncer devem crescer 75% até 2050, chegando a impressionantes 18,6 milhões de óbitos por ano. Para se ter ideia da gravidade, é como se quase toda a população do Chile desaparecesse em apenas 12 meses.

Segundo os pesquisadores, o aumento está ligado ao envelhecimento da população e à falta de políticas efetivas de prevenção, principalmente em países pobres e em desenvolvimento. Ou seja, “quem não se cuida hoje, pode pagar a conta amanhã”, como já diz o ditado.

Números que assustam

  • Entre 1990 e 2023, os novos casos mais que dobraram, saltando de 9 para 18,5 milhões.
  • As mortes no período aumentaram 74%, atingindo 10,4 milhões só no ano passado.
  • Até 2050, o mundo deve registrar 30,5 milhões de novos diagnósticos por ano.

Apesar dos avanços médicos, a desigualdade é gritante: enquanto países ricos conseguem reduzir até 30% das taxas de mortalidade com acesso a rastreamento e terapias modernas, países pobres e emergentes veem os índices subirem, puxados por diagnósticos tardios e falta de estrutura hospitalar.

Principais vilões

O estudo aponta que 42% das mortes poderiam ser evitadas com mudanças de hábitos. Entre os fatores de risco mais perigosos estão:

  • Tabagismo – responsável por 21% dos óbitos.
  • Má alimentação e consumo exagerado de ultraprocessados.
  • Álcool em excesso.
  • Obesidade e glicemia elevada.
  • Poluição e riscos ocupacionais.

“Se cada um fizer a sua parte, o câncer deixa de ser sentença e vira luta que pode ser vencida”, explica Deborah Malta, pesquisadora da UFMG e coautora do levantamento.

🇧🇷 Brasil na luta

Apesar de estar entre os países de renda média, o Brasil conta com o SUS, que oferece rastreamento e tratamento gratuitos, garantindo vantagem em relação a outros países na mesma faixa de renda.

Ainda assim, os desafios são grandes. Por aqui, os cânceres mais comuns são de pulmão, cólon e reto, mama e próstata, fortemente ligados ao tabaco, dieta desequilibrada e obesidade.

O que pode ser feito?

Entre as medidas consideradas mais eficazes estão:

  • Aumentar impostos e restringir publicidade do cigarro e do álcool.
  • Rotulagem frontal em alimentos industrializados.
  • Incentivo a atividades físicas e alimentação saudável.
  • Vacinação contra HPV.
  • Programas de rastreamento como papanicolau e mamografia.

“O câncer pode até ser gigante, mas políticas bem aplicadas podem salvar milhões de vidas”, reforçam os especialistas.

O desafio global

A meta da ONU é reduzir em 1/3 as mortes prematuras por doenças crônicas até 2030. Mas, no caso do câncer, a previsão é dura: poucos países conseguirão alcançar esse objetivo.

Governos, segundo os autores, precisam agir já: investir em diagnóstico, tratamento e prevenção, além de reduzir as desigualdades. Como diz o velho ditado, “não adianta tapar o sol com a peneira”. Se não houver ação imediata, a conta virá — e será alta.

Comentário JP Jornal O Popular
Mais do que números frios em uma pesquisa internacional, esses dados são um grito de alerta. O câncer não escolhe classe social, cor ou endereço. Ele é silencioso, mas devastador. O estudo mostra que, se não houver investimento sério em prevenção e políticas públicas eficazes, o futuro cobrará caro.

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