Candidato mais rico do Brasil preso em Madri: R$ 2,8 bilhões, helicóptero, Ferrari e acusações de estelionato

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Por JP Jornal O Popular

O caso que já ganhou as manchetes nacionais e agora atravessa fronteiras envolve o empresário João Henrique Pinheiro, ex-candidato à prefeitura de Marília em 2024, conhecido por ostentar o título de “candidato mais rico do Brasil”. Com um patrimônio declarado de R$ 2,8 bilhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Pinheiro está preso em Madri, na Espanha, desde 27 de maio, a pedido da Interpol, por suposto envolvimento em um esquema internacional de estelionato.

Da ostentação à prisão: o império de João Pinheiro

Em 2024, durante a campanha para a prefeitura de Marília, Pinheiro chamou atenção ao desfilar com uma carreata de luxo que parou a cidade: Ferrari, Porsche, helicóptero e até segurança particular. Quem via, achava que o empresário estava destinado a ser um fenômeno nas urnas. Mas a realidade foi outra: ficou em 5º lugar, com apenas 3% dos votos.

À época, o valor declarado por Pinheiro era quase o dobro do orçamento anual de Marília, estimado em R$ 1,6 bilhão. Sua fortuna, segundo ele próprio, vinha de uma empresa do ramo sucroalcooleiro, investimentos em ações e criação de bovinos.

“É importante que as pessoas saibam o que eu tenho. Não preciso da política para ter carros e patrimônio”, declarou Pinheiro durante a campanha.

Prisão internacional e lista vermelha da Interpol

O empresário foi detido no aeroporto de Madri após ser incluído na lista vermelha da Interpol, a pedido do governo da Bolívia. O motivo: uma acusação de fraude milionária envolvendo a implantação de um complexo industrial de cana-de-açúcar na cidade boliviana de Bermejo.

Segundo o jornal El País (Bolívia), Pinheiro teria prometido a entrega de maquinários avaliados em US$ 684 mil, mas os equipamentos nunca chegaram ao destino. O prejuízo estimado ultrapassa US$ 1 milhão, afetando cerca de 80 famílias.

Defesa nega estelionato e fala em “desacerto comercial”

O advogado de Pinheiro, Luiz Eduardo Gaio, afirma que tudo não passa de um “mal-entendido contratual”:

“Esse caso foi arquivado em 2022 pelo Ministério Público boliviano e reaberto em 2023 sem notificação adequada. Não há denúncia formal, apenas um inquérito. A prisão preventiva é desproporcional.”

A defesa ainda alega que, segundo tratado entre Bolívia e Espanha, o prazo para envio da documentação de extradição era de 45 dias — prazo já vencido — e que, portanto, o empresário deveria ser solto imediatamente.

STF nega habeas corpus

A equipe jurídica recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar a liberdade de Pinheiro, mas o ministro Luís Roberto Barroso negou o pedido, alegando que o Brasil não tem competência para interferir em decisão da Justiça espanhola.

No próximo 12 de setembro, um novo recurso será analisado. Enquanto isso, Pinheiro segue preso em Madri, aguardando a decisão sobre sua extradição para a Bolívia.

Mais denúncias: EUA também no radar

Além do caso boliviano, Pinheiro enfrenta outra acusação, desta vez nos Estados Unidos. O empresário Andrew Choi o acusa de não entregar 20 mil toneladas de açúcar referentes a um contrato de US$ 6,8 milhões. O caso está sendo investigado.

Da glória ao escândalo

O homem que sonhava comandar Marília e ostentava um patrimônio bilionário agora enfrenta dois processos internacionais e vê sua imagem desmoronar. Quem o acompanhou de perto na campanha lembra do tom de autoconfiança e da arrogância nas falas públicas — o que acabou virando munição para os adversários.

Pinheiro, que dizia não precisar da política, hoje luta para não perder a liberdade.

Comentário do JP Jornal O Popular

“Quem diria… o candidato que desfilava de helicóptero na campanha agora está preso a 8.000 km de casa. O que era símbolo de poder e riqueza virou manchete de escândalo internacional.
Aqui no JP Jornal O Popular, seguimos acompanhando cada capítulo dessa novela judicial — e, como sempre, trazendo os bastidores que ninguém mais mostra.”

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