Quando o asfalto não esquenta, a bronca ferve. E agora, o caso foi parar no colo da Justiça.
A Justiça de Ourinhos decidiu colocar em xeque uma aquisição que prometia revolucionar a pavimentação da cidade, mas acabou virando dor de cabeça. O ex-prefeito Lucas Pocay (PSD) e outros quatro envolvidos foram oficialmente transformados em réus em uma ação de improbidade administrativa que investiga a compra de uma usina móvel de asfalto, no valor de R$ 296 mil, que nunca entrou em funcionamento.
A decisão foi proferida no último dia 10 de julho pelo juiz Nacoul Badoui Sahyoun, da 1ª Vara Cível. Além de Pocay, também foram atingidos pela decisão:
- Ignácio José Barbosa Filho, ex-secretário de Infraestrutura;
- Anderson Maximiano Luna, ex-diretor de licitação e compras;
- Gustavo Henrique Paschoal, ex-procurador-geral do município;
- E a empresa Teresa Colombo Equipamentos Rodoviários Ltda EPP, que forneceu o maquinário.
Segundo o Ministério Público, o equipamento foi adquirido durante a gestão de Pocay, em maio de 2017, mas apresentou problemas logo de cara: atraso na entrega, falha no funcionamento e irregularidades no processo licitatório, que já tinham sido identificadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Para os promotores, o processo foi conduzido com desvio de finalidade, utilizando uma modalidade de registro de preços inadequada para esse tipo de aquisição.
Ainda conforme a denúncia, o negócio cheira mal desde o começo: além do maquinário não ter funcionado como prometido, faltaram critérios técnicos claros e a individualização de responsabilidades, algo que o juiz entendeu já estar bem estabelecido na denúncia do MP — e, por isso, mandou o processo seguir adiante.
A empresa fornecedora alegou em nota que cumpriu o contrato com a prefeitura, enquanto o ex-prefeito Lucas Pocay se defendeu afirmando que atuou com ética e responsabilidade, recebendo com “serenidade” o questionamento da Justiça e prometendo comprovar a legalidade de suas decisões durante seus oito anos de gestão.
Agora, o que era para ser solução para tapar buracos pode abrir um buraco jurídico gigantesco. O MP pede a nulidade do contrato, a devolução dos recursos públicos e a responsabilização civil e administrativa dos envolvidos.
Como diz o ditado: “quem planta vento, colhe tempestade” — e essa já começou a soprar forte nos corredores da política ourinhense.
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Comentário do JP Jornal O Popular: Prometeram asfalto quente, entregaram um abacaxi gelado. E quem deveria fiscalizar, agora precisa se explicar. O povo de Ourinhos, mais uma vez, paga o preço da má gestão.
E como sempre, o JP Jornal O Popular está à disposição para ouvir todos os envolvidos e garantir espaço para as versões, explicações e esclarecimentos que julgarem necessários.


