Adeus ao “moleque travesso” de 108 anos: Pratânia se despede de Seu Antônio, o morador mais velho da cidade

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📍 Pratânia (SP)

“Quem planta o bem, colhe saudade.”

Pratânia se vestiu de luto nesta quarta-feira (16). A cidade perdeu uma de suas maiores figuras — no tamanho da história e da idade. Antônio Quessada Gimenes, o eterno “Seu Antônio”, faleceu nesta tarde, aos impressionantes 108 anos de vida — uma vida que foi mais que vivida, foi celebrada.

Nascido em 30 de abril de 1917, em São Manuel, Seu Antônio era daqueles que viram o mundo mudar — da lamparina à luz de LED, do rádio de válvula ao celular com câmera. Filho de pai espanhol e mãe brasileira, cresceu com dez irmãos, muitos dos quais viraram nome de rua. Literalmente, a história da família está gravada no chão de Pratânia.

Casou-se em 1940 com Carolina de Plácido e formou um verdadeiro clã: quatro filhos, 11 netos e 19 bisnetos. Com todos eles, cultivou laços fortes, feitos com a sabedoria de quem sabia que “família é a raiz que segura a árvore mesmo nas tempestades”.

Homem simples, de rotina regrada, dormia cedo e acordava com o cantar do galo. Era conhecido pelo bom humor, pela independência e por frases cheias de lição de vida:

“A vida é corrida sempre, mas com calma se chega lá.”

A filha mais nova, com um sorriso entre as lágrimas, o chamava de “moleque travesso”. E não era exagero: mesmo aos 100 e tantos anos, ele dava nó em pingo d’água, sempre ativo e cheio de histórias para contar.

Homenagem em vida
Em reconhecimento a essa trajetória de inspiração, as vereadoras Ana Maria Quessada Gimenes (PP) e Sandra de Andrade Santos (MDB) propuseram, em janeiro, a construção de um busto em sua homenagem na Praça Padre Segundo Quessada. O projeto foi aprovado por unanimidade, garantindo que o rosto e o legado do velho guerreiro jamais sejam esquecidos.

Despedida com honra
O velório está marcado para esta quinta-feira (17), a partir das 6h, no Velório Municipal de Pratânia. O sepultamento está previsto para as 16h.

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Comentário do JP Jornal O Popular:
Seu Antônio não era apenas o morador mais velho de Pratânia — era a memória viva de um século inteiro. Um livro ambulante, um mestre da simplicidade, um verdadeiro patrimônio humano. Que sua história siga inspirando as próximas gerações, porque, como dizem os antigos:

“Quando parte um ancião, se apaga uma biblioteca inteira.”

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