Uma história que começou com uma ligação de emergência terminou em um dos casos mais perturbadores do ano nos Estados Unidos. A médica pediatra Neha Gupta, de 36 anos, foi presa sob acusação de homicídio em primeiro grau após investigações apontarem que ela matou sua própria filha, Aria Talathi, de apenas 4 anos, e tentou simular um afogamento na piscina de uma casa alugada em Miami, na Flórida.
A princípio, Gupta declarou às autoridades que teria acordado de madrugada e encontrado a filha desacordada dentro da piscina. Chamou o serviço de emergência 911, e a criança foi levada ao hospital, mas não resistiu. O caso parecia um acidente doméstico, até que a ciência entrou em cena.
O laudo do Instituto Médico Legal foi conclusivo: não havia água nos pulmões ou no estômago da criança, o que contraria totalmente o relato de afogamento. Em vez disso, o corpo da menina apresentava lesões características de asfixia por sufocamento – principalmente na boca e nas bochechas.
Além disso, o estômago da vítima estava completamente vazio, contradizendo a versão da mãe, que afirmou ter jantado com a filha horas antes da suposta tragédia. Detalhes que desmontaram a narrativa inicial e transformaram o caso em um provável assassinato premeditado.
Custódia, dívida e demissão: a pressão que antecedeu o crime
A pediatra havia perdido recentemente uma disputa judicial amarga pela guarda da filha com o ex-marido, o também médico Saurabh Talathi. A separação do casal, formalizada em 2024, foi marcada por brigas intensas, manobras judiciais e um processo considerado “altamente contencioso” pelos advogados envolvidos.
O juiz do caso negou o pedido de guarda exclusiva feito por Gupta e determinou que ela pagasse US$ 79 mil ao ex-marido, valor referente a honorários advocatícios. Dias antes da morte da filha, a médica havia sido suspensa de suas funções clínicas e demitida da universidade onde atuava. Estava profissionalmente arruinada e financeiramente acuada.
Fuga e prisão
Após a morte da criança, Gupta retornou silenciosamente para Oklahoma, onde morava. Com o avanço das investigações e a emissão de mandado de prisão, uma equipe de detetives viajou até o estado e, com apoio de autoridades locais e agentes federais dos U.S. Marshals, prendeu a médica, que agora aguarda extradição para a Flórida.
O advogado de defesa, Richard Cooper, tentou minimizar o impacto da prisão, afirmando que “o sistema sucumbiu à pressão pública” e que sua cliente é “uma mãe enlutada e injustamente encarcerada”. Mas diante dos laudos técnicos e da reviravolta jurídica, a opinião pública se divide entre o luto e o repúdio.
OPINIÃO – JP JORNAL O POPULAR:
Quando a medicina vira tragédia, e o instinto materno dá lugar ao desespero, é sinal de que algo está profundamente errado – não só na cabeça da autora, mas também em todo um sistema que fecha os olhos até ser tarde demais. O caso é brutal, envolve poder, status, disputa judicial e termina com uma vítima inocente de apenas 4 anos. O resto é silêncio, até que a Justiça fale.
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