SALÁRIO DE JUÍZES DE SP JÁ CUSTOU R$ 2,67 BILHÕES EM 2025 — E O POVO PAGA A CONTA

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Desembargadores embolsaram em média R$ 146 mil por mês com penduricalhos e superaram teto constitucional; só no TJ-SP, a conta da Justiça ficou mais pesada que carro velho na subida. Veja os detalhes.

Por Alan Teixeira – JP JORNAL O POPULAR

Se tem uma coisa que não sofre com inflação neste país é o contracheque de quem veste toga. Só nos primeiros cinco meses de 2025, os salários dos juízes do Tribunal de Justiça de São Paulo já custaram aos cofres públicos a bagatela de R$ 2,67 bilhões. Isso mesmo: bilhões, com B de Brasil que paga, mas não vê a cor do troco.

Segundo levantamento da GloboNews, baseado nos dados do próprio Portal da Transparência do TJ-SP, o salário líquido médio dos desembargadores paulistas chegou a R$ 146.470 por mês — um salto de 140% em relação ao mesmo período de 2024. Na época, o valor médio era de “apenas” R$ 60 mil.

É dinheiro que não se acha em árvore nem com detector de metal. Essa bolada se deve, em grande parte, aos chamados penduricalhos — vantagens eventuais como férias acumuladas, pagamentos retroativos, plantões, substituições, abonos, entre outros “extras” que transformam o contracheque num verdadeiro combo de luxo.

Confira a média mensal dos salários líquidos em 2025 no TJ-SP:

  • Desembargador: R$ 146.470
  • Juiz substituto em 2º grau: R$ 141.985
  • Juiz de entrância final: R$ 134.655
  • Juiz de entrância intermediária: R$ 134.107
  • Juiz auxiliar: R$ 122.446
  • Juiz de entrância inicial: R$ 111.339
  • Juiz substituto: R$ 51.038

É juiz ganhando mais que CEO de multinacional, tudo com aval de quem deveria fiscalizar: o próprio sistema. E mais — todos os níveis da magistratura superaram o teto constitucional, fixado em R$ 46.366.

Mas segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tá tudo dentro da legalidade. A entidade diz que certas verbas ficam fora do teto por decisão das resoluções 13 e 14/2006, o que abre caminho para pagamentos que beiram o surrealismo.

Para o economista Bruno Carazza, o que ocorre é uma “corrida contra o teto” — um jogo de bastidores para inflar vencimentos de forma estratégica:

“Há uma subversão. Esses pagamentos são legais só no rótulo. Na prática, ferem o espírito da Constituição, que proíbe qualquer servidor público de ganhar acima do salário de um ministro do Supremo”, pontua Carazza.

Já o TJ-SP diz que os valores altos se devem a atrasos históricos, pagamentos parcelados e decisões judiciais. E que está apenas obedecendo recomendações do CNJ para quitar o passivo antes que a dívida com juros vire uma bola de neve.

Tudo isso soa bonito no papel, mas na realidade do brasileiro que enfrenta fila no SUS, buraco no asfalto e salário mínimo congelado, a pergunta que não quer calar é: justiça pra quem?

JP JORNAL O POPULAR comenta:
“Quando o peso da toga se transforma em ouro, o povo continua carregando nas costas. Justiça que pesa no bolso não alivia na balança. É como diz o ditado: ‘Quem tem costas largas, senta no trono; quem rala no batente, assiste de camarote — e ainda paga o ingresso.’”

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