Prometeu usina, entregou golpe! João Pinheiro, ex-candidato em Marília, é preso na Espanha por estelionato

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João Pinheiro, o “homem das promessas”: da usina de açúcar ao amargo gosto da fraude internacional

Por JP Jornal O Popular – Marília e Região

Promessa é dívida”, diz o ditado. Mas quando a promessa vem com carimbo internacional e termina em rombo milionário, a conta amarga cai no colo dos mais humildes. E foi exatamente isso que aconteceu com produtores de cana-de-açúcar da cidade de Bermejo, na Bolívia, vítimas de um suposto golpe internacional envolvendo o brasileiro João Henrique Pinheiro – figura já conhecida em Marília (SP), onde tentou se lançar como prefeito em 2024.

João Pinheiro, agora apelidado pela imprensa boliviana como “El Estafador del Azúcar”, foi preso no fim de maio deste ano ao desembarcar na Espanha, após meses na lista vermelha da Interpol. O motivo? Uma montanha de promessas doces e um rastro de prejuízos amargos: cerca de US$ 684 mil (mais de R$ 3,5 milhões) sumiram com a fumaça de uma usina de açúcar que nunca saiu do papel.

Cicasa: o sonho açucarado que virou pesadelo

Em 2019, nascia em Bermejo um projeto que acendeu esperança entre mais de mil agricultores: o Complexo Industrial Canavieiro (Cicasa). A ideia era processar 2.500 toneladas de cana por dia, desafogando a ultrapassada usina local, a IABSA. Com aval do governo boliviano e papelada em ordem, os agricultores acreditaram que enfim estavam diante de um novo ciclo de prosperidade.

Foi aí que entrou em cena João Henrique Pinheiro, se apresentando como fornecedor de maquinário industrial e solução para o atraso da região. Mostrou planos, enviou engenheiros, assinou contratos e recebeu pagamentos – que foram transferidos de bancos bolivianos para contas internacionais. E depois? Sumiu como fumaça em engenho velho.

“Cadê o engenho que tava aqui?”

Segundo Rodolfo Garzón, líder dos produtores bolivianos, nem um parafuso da usina prometida chegou. “Pagamos tudo. Até o projeto da instalação foi iniciado. Mas o maquinário nunca apareceu. Fomos ao Brasil e descobrimos que o que ele mostrava como dele, não era”, relatou ao jornal El País.

Enquanto os agricultores buscavam justiça, João Pinheiro posava para fotos em Marília. E não era com trator não… era de Ferrari, em plena carreata de campanha. Isso mesmo: o empresário fez questão de ostentar poder e sucesso durante a corrida eleitoral. Só esqueceu de combinar com o eleitor.

Nas urnas, o tombo veio: um vexame eleitoral de apenas 3.397 votos, um número pífio para quem tentava bancar o salvador da pátria. Quem muito se exibe, pouco convence.

Do palanque ao banco dos réus

De contrato assinado, promessas feitas e dinheiro no bolso, Pinheiro virou réu. Diante da ausência de respostas no Brasil, os produtores recorreram à Interpol. Em 2024, foi incluído na lista vermelha. Mesmo assim, seguiu livre até ser finalmente detido em Madrid no dia 27 de maio de 2025.

Enquanto isso, no Brasil, coleciona pendências. Enfrenta processos civis em Marília, inclusive uma ordem de despejo por dívida de R$ 88 mil de um imóvel no aeroporto usado por sua empresa, a Sugar Brazil. Parece que até o açúcar virou pó.

Uma doce promessa que virou amargura

O que era para ser uma alternativa produtiva e símbolo de progresso, tornou-se um marco de desilusão. A Cicasa está parada. O tempo passou, a safra se perdeu, e os produtores seguem sem a usina e sem o dinheiro. Como diz o povo, “quem vive de promessa, morre de decepção”.

Comentário do JP Jornal O Popular:

João Pinheiro chegou a Marília como quem queria governar, fez barulho com carrões e discurso pronto, mas entregou pouco mais que decepção e escândalo. Agora, é lembrado não como prefeito, mas como foragido preso na Espanha. E mais uma vez, quem acreditou, ficou a ver navios – ou melhor, ficou sem a usina e com o bolso furado.

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