Prefeitura pede ao governo federal a volta do lacre metálico nas placas para conter avanço de quadrilhas
No Estado de São Paulo, sete motoristas são vítimas, todos os dias, de criminosos especializados em clonagem de placas de veículos. A prática criminosa cresceu de forma acelerada após a adoção do modelo Mercosul, que eliminou o lacre metálico obrigatório nas placas antigas.
Dados do Detran-SP revelam que, só no último ano, foram registradas mais de 2.600 suspeitas de clonagem de placas, com a capital paulista liderando o ranking desse tipo de crime. O golpe tem sido facilitado pela facilidade de compra de placas falsificadas na internet, que custam, em média, entre R$ 20 e R$ 30.
Além dos transtornos para motoristas inocentes — que acabam recebendo multas, pontos na CNH e até restrições judiciais por crimes que não cometeram —, a clonagem tem sido usada para práticas criminosas graves, como roubos, latrocínios, sequestros e homicídios.
Casos recentes escancaram a gravidade do problema. Quadrilhas utilizaram veículos com placas clonadas para invadir condomínios de luxo, fazer reféns e até na fuga após o assassinato de um empresário que pedalava na capital. Em operações policiais, foram localizadas dezenas de placas falsificadas prontas para uso.
Diante desse cenário alarmante, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, encaminhou nesta semana um ofício ao Ministério dos Transportes, solicitando a volta do lacre metálico obrigatório nas placas veiculares. A medida, segundo ele, é essencial para dificultar a ação das quadrilhas e proteger a população.
Apesar da prefeitura não ter competência legal para implementar a mudança, a gestão municipal pressiona o governo federal a revisar as regras. O lacre era considerado um elemento adicional de segurança, dificultando a falsificação.
Especialistas em segurança pública e direito penal afirmam que, além do prejuízo à população, as empresas que produzem ou comercializam placas falsas podem responder por crimes como falsidade ideológica e associação criminosa.
O que fazer se for vítima?
Em caso de suspeita de placa clonada, o motorista deve imediatamente registrar um Boletim de Ocorrência, procurar o Detran para abertura de processo de desvinculação da placa clonada, além de acompanhar o histórico de multas e pendências do veículo.
Comentário do JP Jornal O Popular:
A clonagem de placas não é só um golpe — virou uma questão de segurança pública que exige respostas urgentes das autoridades. Enquanto criminosos continuam lucrando, motoristas honestos ficam à mercê de prejuízos e riscos. Seguimos atentos, cobrando providências.
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