Por JP Jornal O Popular – Marília e Região
Nesta sexta-feira, 30 de maio, os olhos da política nacional se voltam para a cadeira virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vai sentar para dar seu depoimento. E não é qualquer fala, não — o ex-ministro da Infraestrutura e atual chefe do Executivo paulista foi arrolado como testemunha de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de estar por trás da tentativa de golpe que sacudiu os alicerces da democracia brasileira.
Tarcísio, que é do mesmo ninho político de Bolsonaro e um de seus aliados mais fiéis, já declarou em alto e bom som que acredita na inocência do ex-presidente. Em março, afirmou ter “convicção” de que provas surgiriam para livrar Bolsonaro da bronca. Pois bem, chegou a hora de colocar a boca no trombone — ou, melhor dizendo, no microfone da videoconferência.
“Cada macaco no seu galho”, já dizia o povo. E hoje o governador vai ter que explicar o que viu, ouviu e sabe sobre as movimentações que colocaram o país à beira de um golpe de Estado. A oitiva está marcada para o período da manhã e faz parte da longa fila de testemunhos que têm alimentado o inquérito da trama golpista que tem Bolsonaro como figura central.
Além de Tarcísio, a sexta-feira promete ser movimentada nos corredores do Supremo. Antes dele, o ministro Alexandre de Moraes ouve outras figuras do alto escalão bolsonarista, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado federal Sanderson (PL-RS). Também está na lista Ciro Nogueira (PP-PI), senador e ex-ministro da Casa Civil, que aparece como defensor tanto de Bolsonaro quanto do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
No fim da tarde, mais oito testemunhas completam o quebra-cabeça da defesa do ex-presidente. Entre elas, figurões da Aeronáutica, ex-assessores da Presidência e até um ex-secretário do TSE. Segundo dados do STF, desde o início das oitivas, em 19 de maio, já foram ouvidas 43 pessoas, com 16 desistências e duas declarações feitas por escrito. Até segunda-feira, outras 21 testemunhas devem entrar na roda.
“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” — e, pelo jeito, o cerco vai apertando. O julgamento de Bolsonaro e seus aliados está só começando, mas o roteiro já parece digno de um thriller político: poder, bastidores, e a eterna disputa entre a verdade e as versões.
COMENTÁRIO JP Jornal O Popular:
Tarcísio agora joga no time dos que “põem a cara no sol” e se compromete com a palavra dada. Seja qual for a verdade que venha à tona, o povo precisa saber: quem puxou os cordões e quem apenas dançou conforme a música? A democracia não aceita ensaio de golpe — e o palco do STF está aberto para todos os atos. Que a justiça seja cega, mas nunca surda!
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