Como diz o ditado, “quem ama de verdade, não engana”. Mas nem todo coração é sincero, e dessa vez, o que começou como romance terminou nos tribunais — com direito a condenação e indenização salgada.
A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter a condenação de um homem por estelionato sentimental, após ele se envolver com uma viúva, 12 anos mais velha, e tirar proveito do relacionamento para bancar uma vida confortável às custas da confiança alheia.
Durante cerca de dez meses, o bonitão — que se dizia apaixonado — arrancou da mulher R$ 40 mil, alegando que precisava quitar o divórcio, tirar a carteira de habilitação, comprar moto, roupas novas e até um cachorro. No fim, sumiu no mundo sem dar satisfação, deixando um rastro de decepção e prejuízo.
A Justiça paulista já havia condenado o rapaz a pagar R$ 40 mil de danos materiais e mais R$ 15 mil por danos morais, totalizando R$ 55 mil. Ele recorreu ao STJ, alegando que tudo o que recebeu foram “presentes espontâneos” e que a relação era legítima. Mas a conversa fiada não colou.
A ministra Isabel Gallotti, relatora do caso, foi clara:
“Ficou provado que o réu agiu com astúcia e má-fé, usando de promessas falsas para tirar vantagem emocional e financeira da vítima. Isso configura estelionato sob a ótica cível.”
Embora não tenha havido processo criminal, o STJ reconheceu a manobra do sujeito como uma fraude sentimental, um “golpe do amor” – prática cada vez mais comum e perigosa, especialmente entre pessoas emocionalmente vulneráveis.
O recado da Justiça é direto e reto: coração partido também merece reparação, principalmente quando há má-fé envolvida. Amor não é moeda de troca, e quem joga com os sentimentos dos outros pode acabar pagando caro — literalmente.
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JP JORNAL O POPULAR comenta:
Tem gente que confunde romance com vantagem. Mas a Justiça está de olho e, como diz o povo, “mentira tem perna curta e juros altos”. Que esse caso sirva de alerta: golpe não tem coração, mas tem consequência — e das pesadas.
