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Se tem uma coisa que brasileiro conhece bem, é a lã de aço Bombril. Afinal, quem nunca ouviu falar do famoso “mil e uma utilidades”? Mas parece que, desta vez, a empresa vai precisar de mais do que uma boa propaganda para dar aquele lustro na sua situação financeira. Pela segunda vez em sua história, a Bombril entrou com um pedido de recuperação judicial, buscando negociar uma dívida bilionária de R$ 2,3 bilhões.
Empresa tenta escapar do pior
Com as contas no vermelho e um passivo tributário que parece não ter fim, a Bombril justificou o pedido dizendo que as autuações da Receita Federal e as altas taxas de juros sobre suas dívidas apertaram o cerco. Sem uma solução rápida, a empresa corre o risco de ir pelo ralo. O objetivo da recuperação judicial é evitar a falência, permitindo que a companhia renegocie suas dívidas e continue operando.
O problema não é de hoje. Em 2003, a Bombril já havia recorrido ao mesmo expediente após uma tentativa frustrada de diversificação no setor de cosméticos. Saiu da recuperação em 2006, mas o fantasma das dívidas continuou assombrando a empresa. Em 2017, até conseguiu voltar a lucrar, mas não o suficiente para sair do sufoco. Agora, com esse novo pedido, fica a dúvida: será que dessa vez a Bombril vai conseguir se reerguer ou será mais uma empresa tradicional que se perde na poeira do tempo?
A Receita Federal entrou na conta
O principal motivo do pedido são os impostos não pagos, especialmente entre 1998 e 2001, período em que a empresa estava sob gestão do grupo italiano Cragnotti & Partners. A Receita Federal cobra tributos relacionados a investimentos em T-Bills, que são títulos da dívida pública dos EUA. Caso a Bombril perca esses processos, a conta pode ficar ainda mais salgada.
Ícone da indústria nacional
Fundada em 1948, a Bombril revolucionou a limpeza doméstica brasileira com suas esponjas de aço e conquistou espaço nos lares de todo o país. Seu portfólio inclui marcas conhecidas como Limpol, Mon Bijou, Pinho Bril, Kalipto e Sapólio Radium. Além disso, sua propaganda histórica com o “Garoto Bombril”, interpretado por Carlos Moreno, marcou época e entrou para o Livro dos Recordes como a campanha publicitária mais longa da história.
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E agora, Bombril?
Com um passado brilhante e um presente nebuloso, a empresa enfrenta o desafio de recuperar a confiança do mercado e dos consumidores. A história já mostrou que a Bombril tem fibra para enfrentar crises, mas será que dessa vez ela vai conseguir dar a volta por cima ou vai acabar virando peça de museu?
JP JORNAL O POPULAR comenta: Se tem uma coisa que o brasileiro não gosta é ver um ícone nacional indo ladeira abaixo. Mas como diz o ditado, “quem não deve, não teme”. Agora é esperar para ver se a Bombril vai conseguir polir essa crise ou se vai desmanchar como espuma.📲 Participe do canal do JP JORNAL O POPULAR Marília e Região no WhatsApp: 014997973003.