Na madrugada do último domingo (8), um incêndio no segundo andar de um edifício na Rua Prudente de Moraes, no centro de Marília, resultou na morte trágica do dentista aposentado Evaldo Zemarili Parra, de 63 anos. A fatalidade não só chocou os moradores, como trouxe à tona denúncias graves sobre a administração do condomínio e a possível negligência com a situação precária do falecido.
O Caso
O fogo começou por volta das 4h30 e obrigou a evacuação emergencial do prédio. Muitos moradores, em sua maioria idosos, foram surpreendidos pelas chamas e pela fumaça. “Foi assustador. O cheiro da fumaça tomou conta, e saímos desesperados pelas escadas. O interfone nem tocou para avisar, e alguns vizinhos só acordaram quando já era tarde demais”, desabafou uma moradora que prefere não se identificar.
Evaldo, que vivia sozinho no apartamento, foi encontrado no banheiro, já sem vida. Ele era conhecido por acumular papéis, papelão e latinhas em sua residência. Vizinhos relatam que essa condição já havia sido apontada como um risco, mas nada foi feito para resolver a situação.
Denúncia ao JP Jornal O Popular
Após a publicação inicial da matéria pelo JP Jornal O Popular, uma moradora do prédio entrou em contato com a redação para denunciar a precariedade na administração do condomínio. Segundo ela, o porteiro, funcionário há mais de 20 anos, realizava serviços para moradores cobrando valores adicionais, inclusive limpando o apartamento do falecido. No entanto, a limpeza era superficial, e materiais inflamáveis como papelão e jornais permaneciam acumulados no local.
“O Evaldo acumulava muita coisa. Já tinham falado para o porteiro dar uma geral, tirar tudo que era perigoso, mas ele só recolhia as latinhas para vender. Todo mundo sabia que aquilo era um risco. A tragédia podia ter sido evitada”, afirmou a denunciante.
Falta de Manutenção e Alerta Ignorado
Além disso, a moradora revelou que o laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros do prédio está vencido, o que aumenta a sensação de insegurança entre os residentes. “O condomínio só aumenta as taxas, mas ninguém resolve nada. Já teve um princípio de incêndio aqui antes, mas não aprenderam. Agora, com essa fatalidade, estamos todos com medo.”
Outro ponto criticado foi a ausência da síndica no prédio. Segundo a moradora, a síndica não reside no local e, por isso, desconhece a real situação enfrentada pelos moradores. “É complicado. Ninguém toma uma atitude e a gente fica à mercê da sorte. Evaldo fazia até churrasco dentro do apartamento com bujão de gás e ninguém falava nada.”
Solidariedade e Reflexão
O caso reacende a discussão sobre a responsabilidade coletiva em condomínios e a necessidade de medidas preventivas. “Não é só uma questão de responsabilidade individual. Quando você vive em comunidade, precisa pensar no bem-estar de todos. E isso começa por resolver os problemas que estão bem na nossa cara”, pontuou a denunciante.
A Polícia Civil segue investigando o caso para determinar as causas do incêndio, enquanto os moradores clamam por mudanças urgentes na gestão do condomínio.
JP Jornal O Popular comenta:
“Essa tragédia expõe uma realidade preocupante: a negligência não afeta apenas um, mas todos ao redor. Medidas preventivas são o alicerce de uma vida segura em comunidade. Esteja informado e previna riscos! Participe do canal do JP no WhatsApp: 📲 (14) 99797-3003.”
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