Em uma movimentação que promete levantar poeira, a Associação Comercial e de Inovação de Marília (ACI) mostrou forte descontentamento com o Projeto de Lei Complementar 24/2024, que propõe ajustes no horário de funcionamento do comércio em dezembro – mês crucial para o fôlego financeiro do setor. Para o presidente da ACI, Carlos Francisco Bitencourt Jorge, a ideia “é um tiro no pé para o comércio local e trará mais prejuízo do que soluções.” Ele destacou que a liberdade de abrir ou fechar no dia 24 deve ser mantida, permitindo aos lojistas a escolha de operar ou não conforme sua necessidade.
“Aquele velho ditado já diz, ‘em time que está ganhando não se mexe’, e, para o comércio, o calendário de dezembro é sagrado,” pontuou o presidente em entrevista ao JP Jornal O Popular. Com apoio dos lojistas, Bitencourt Jorge defende que manter o calendário atual, com início das atividades ampliadas no quinto dia útil do mês e a abertura facultativa no dia da padroeira, é o melhor caminho para aquecer as vendas. “Dezembro é o mês de fazer caixa, de equilibrar o barco depois de um ano inteiro de tempestades,” completou, reforçando a importância de um calendário planejado e aprovado previamente.
A questão do funcionamento no dia 24 até às 17h também gerou debate. Para a ACI, deixar a decisão nas mãos dos comerciantes é essencial. “Cada comerciante sabe a hora de abrir suas portas e a de fechá-las. Liberdade econômica é isso: dar ao empresário o direito de escolher,” enfatizou. Segundo ele, o projeto de lei atual ameaça o planejamento de um período que já está consolidado e bem estruturado. “Mudança de última hora é igual a vento forte: só leva papelada e causa confusão.”
Com o apoio de outras associações e mirando um comércio mais dinâmico, Bitencourt Jorge também mencionou a necessidade de modernizar o Código de Posturas de Marília, de olho em facilitar a vida dos comerciantes e a rotina da cidade. “É o comércio que gera emprego, paga imposto e movimenta a economia. Deixar as portas abertas é mais que uma opção, é uma necessidade para quem vive do comércio,” destacou, reafirmando a expectativa de que o projeto seja revisto.
No final, como ressalta o JP Jornal O Popular: “Manter a tradição é garantir ao comércio local a força de dezembro, mês em que o coração da cidade bate mais forte.”