A morte de Rodrigo Pereira Alves, condenado pelo latrocínio, estupro e ocultação de cadáver da jovem universitária Mariana Bazza, marcou uma data simbólica. Na manhã desta segunda-feira, 23 de setembro, ele faleceu na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (SP), apenas um dia antes do crime completar cinco anos. Condenado a 40 anos de prisão, Rodrigo havia cumprido menos de 4 anos de sua pena na Penitenciária de Itaí (SP), onde estava preso desde outubro de 2020.
Rodrigo, que tratava de uma doença crônica grave, foi internado no HC no dia 16 de setembro, mas seu quadro se agravou ao longo da semana. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a causa da morte não foi divulgada. A notícia de sua morte, no entanto, não apaga as lembranças de um crime que chocou o país pela brutalidade e frieza.
O crime que abalou Bariri
Mariana Bazza, de apenas 19 anos, desapareceu no dia 24 de setembro de 2019, após aceitar ajuda de Rodrigo para trocar o pneu do seu carro, que havia sido propositalmente esvaziado pelo próprio criminoso. O caso foi registrado por câmeras de segurança da academia que Mariana frequentava, mostrando o momento em que Rodrigo se aproximou do carro e ofereceu ajuda. Sem saber o que a esperava, a jovem aceitou.
Horas depois, Mariana foi encontrada morta em um canavial em Cambaratiba, distrito de Ibitinga, com as mãos amarradas e sinais de violência. A investigação revelou que o crime foi premeditado, reforçado pela forma como Rodrigo abordou a vítima e sua insistência em ajudá-la, mesmo sem ter visibilidade do pneu vazio. A jovem chegou a enviar uma foto do criminoso para seu namorado, o que posteriormente ajudou a polícia a identificá-lo.
Rodrigo foi preso em Itápolis, a cerca de 60 km de Bariri, e condenado em 2020 pelos crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver.
Justiça, mesmo sem término da pena
Embora a sentença de 40 anos, 10 meses e 18 dias tenha dado a sensação de justiça à família de Mariana, Rodrigo cumpriu menos de 4 anos antes de sua morte. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, já diz o ditado popular, e o destino de Rodrigo parece ter seguido essa lógica cruel e irônica. A doença que o acompanhava ceifou sua vida antes que ele pudesse pagar totalmente por seus atos na prisão.
Rodrigo Pereira Alves, que já havia cumprido outras penas por crimes como estupro, roubo e extorsão, se tornou um símbolo de um caso que marcou a sociedade pela brutalidade. Para muitos, sua morte, na véspera dos cinco anos do crime, fecha um ciclo sombrio e traz alívio, embora as cicatrizes emocionais da família de Mariana permaneçam para sempre.
JP Jornal O Popular: “A justiça pode tardar, mas nunca falha”.