Em Marília, um empresário quase viu seu posto de combustíveis ir por água abaixo em um golpe de estelionato que está dando o que falar na região. A história, digna de novela, envolve uma quadrilha que já deixou um rastro de prejuízo de mais de R$ 4 milhões no Centro-Oeste paulista, sempre usando o mesmo truque: compram o estabelecimento, pedem um prazo de 15 dias para pagar e, nesse meio-tempo, revendem para outro desavisado por um preço mais em conta, embolsam a grana e somem do mapa. E o dono original? Fica a ver navios, com a empresa transferida para outro que já pagou e tem tudo “certinho” no papel.
Mas o empresário mariliense, esperto que só, percebeu a encrenca a tempo. Tudo começou com uma multa da fornecedora de combustíveis Ipiranga, pois os "novos donos" compraram combustível de outro fornecedor, furando o contrato da bandeira. O sinal vermelho acendeu de vez quando ele não conseguiu mais contato com os tais novos proprietários. Ligou, mandou mensagem, e nada. Sentindo que tinha caroço nesse angu, ele não perdeu tempo, registrou um boletim de ocorrência e correu para a Justiça.
Enquanto a situação não se resolvia, o posto ficou de tanque vazio por cerca de 20 dias, para desespero dos clientes e dos funcionários. “Pane seca”, comentou um frentista, sem dar muitos detalhes do que estava acontecendo. Mas, na última sexta-feira, a Justiça deu um gás ao empresário com uma liminar que o recolocou no comando do negócio. E quem é o empresário sortudo? Isso a gente não conta, pelo menos por enquanto, para não atrapalhar as investigações da Polícia Civil, que já descobriu golpes parecidos em Jaú, Pederneiras e outras cidades vizinhas.
Como diz o ditado, “quem não chora, não mama”, e esse empresário chorou e muito, mas conseguiu virar o jogo e salvar seu negócio. Que sirva de alerta para outros comerciantes: olho vivo, porque quando a esmola é demais, até o santo desconfia!