A população brasileira está prestes a enfrentar uma reviravolta histórica: em menos de 50 anos, deixaremos de ser uma nação jovem para nos tornarmos um país onde a maior parte da população será idosa. Isso mesmo, o tempo passa, o mundo gira, e a demografia muda.
Segundo as projeções do IBGE, o Brasil atingirá seu pico populacional em 2041, com pouco mais de 220 milhões de habitantes. Mas, como tudo que sobe, um dia desce, o número de brasileiros começará a diminuir até chegar a 199 milhões em 2070. Em outras palavras, a população vai encolher, e não é pouca coisa. Até lá, um terço dos brasileiros será idoso, com uma idade média de 48,4 anos. Parece longe? Pois acredite, é logo ali na curva.
E tem mais: essa mudança não vai acontecer de uma vez só em todos os cantos do país. Alagoas e o Rio Grande do Sul, por exemplo, serão os primeiros a sentir o baque, já em 2027. São Paulo, o gigante que nunca dorme, terá sua vez só em 2037, enquanto Santa Catarina e Roraima serão os últimos a entrar na dança, lá por 2064. Ou seja, cada um com seu cada qual, mas todos caminhando para o mesmo destino.
Essa transformação, que já vem dando as caras há décadas, será um tapa na cara da sociedade. O tal “bônus demográfico”, quando a população ativa é maior que a de dependentes, está com os dias contados. E quando ele se for, o que resta é um país com mais idosos do que crianças, uma verdadeira inversão de papéis. Em 2070, quase 38% da população brasileira será composta por idosos, enquanto as crianças, que já foram mais de 38% em 1980, serão menos de 20%. Como diz o ditado, “o futuro a Deus pertence”, mas é bom já ir se preparando.
Para entender o que está por vir, basta olhar para os números do Censo de 2022. Pela primeira vez em 150 anos, a taxa de crescimento populacional ficou abaixo de 1%, marcando 0,52%. E o que explica isso? Menos bebês e mais maternidade tardia. Em 1960, a média era de 6,28 filhos por mulher; hoje, esse número despencou para 1,57 e tende a cair ainda mais até 2041. Para fechar com chave de ouro, a idade média para ter filhos, que era de 25,3 anos em 2000, deverá chegar a 31,3 anos em 2070. Como diria o povo, “quem espera, sempre alcança”, mas nesse caso, parece que o Brasil vai esperar sentado.
O futuro do Brasil está claro: menos jovens, mais idosos e uma pirâmide populacional completamente invertida. É hora de pensar no amanhã, porque, como diz o velho ditado, “quem não faz, toma”!