“Moradores Sofrem com Mau Cheiro Persistente: Fábrica de Refrigerantes Transforma Bairros em Jardim do Desconforto”

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Famílias e comerciantes dos bairros Jardim Damasco, em Marília (SP), convivem diariamente com um forte odor proveniente da Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos da SPAL Indústria Brasileira de Bebidas S/A, do grupo Coca-Cola Femsa. Segundo os moradores, a situação se intensificou a partir de 2022.

Laercio Agostini Garcia, dono de uma sorveteria e morador da região, relata: “Esse cheiro é muito forte, é intensificado principalmente à noite, a partir das 18h. Somos prejudicados não só como moradores, mas também como comerciantes.” Parte das 1.500 famílias que vivem no local afirma que o problema persiste há anos, mas se agravou nos últimos tempos.

De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a empresa foi multada três vezes por conta do problema, acumulando pouco mais de R$ 180 mil em penalidades. Em nota, a Coca-Cola Femsa Brasil afirmou que segue todos os protocolos definidos pelos órgãos competentes para garantir a correta gestão de resíduos em suas unidades. “Estamos reunindo documentos, cópias dos abaixo-assinados, e vamos entrar com representação junto ao Ministério Público”, relatam os moradores.

Luiz Carlos Júnior Araújo, designer e residente do bairro, comenta sobre os impactos do mau cheiro: “Há relatos de moradores que têm crianças pequenas com problemas respiratórios, como bronquite. Além disso, é difícil receber visitas. É deselegante e desagradável.”

A Cetesb informou que fez uma inspeção na indústria no dia 9 de fevereiro deste ano e constatou que a origem do mau cheiro era proveniente da Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos. A empresa foi multada no valor de R$ 22,9 mil por deficiência de operação em 2023. No primeiro semestre deste ano, outras duas autuações foram aplicadas, uma no valor de R$ 55 mil e outra de R$ 110 mil, no último dia 4 de julho. Por se tratar de reincidência, o valor da multa foi dobrado.

Enquanto a solução não vem, a população continua sofrendo com os problemas decorrentes do forte odor. “A gente abre a sorveteria sempre no período da tarde, até 22h, mas somos prejudicados não só como morador, mas também como comércio”, ressalta Laercio.

Em nota, a Coca-Cola Femsa Brasil afirmou que “está fazendo possíveis adequações para diminuir esse odor” e “vem adotando melhorias na estação de tratamento de efluentes de sua fábrica de Marília, por meio de procedimentos químicos e remoção frequente dos resíduos gerados”, com o intuito de “reduzir a emissão de odores provenientes desta área”. A empresa reforça “sua abertura para o diálogo e seu compromisso com o bem-estar da comunidade da qual faz parte”.

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