Os pedágios nas estradas de São Paulo sofrerão um aumento de até 4,4% a partir de segunda-feira, 1º de julho. A medida, definida pela Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (Artesp), foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (27) e afetará praças localizadas em rodovias que cortam cidades das regiões de Bauru e Marília.
O reajuste anual das tarifas de pedágio ocorre devido à recomposição inflacionária dos últimos 12 meses, de junho de 2023 a maio de 2024. As novas tarifas estão baseadas no Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) e no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme estipulado em cada contrato de concessão. O aumento será aplicado em 16 das 20 rodovias concedidas em São Paulo, impactando uma ampla gama de motoristas.
Rodovias Atingidas pelo Aumento
Entre as concessionárias afetadas, destacam-se:
- CCR AutoBAn
- Via Colinas
- Ecovias
- Arteris Intervias
- Renovias
- CCR SPVias
- Tebe
- CCR ViaOeste
- CART
- Ecopistas
- CCR RodoAnel
- Rodovias do Tietê
- Rota das Bandeiras
- SPMar
- ViaRondon
- Entrevias
- Tamoios
Impacto na Região de Marília
Os motoristas de Marília e região sentirão o peso desse reajuste, especialmente nas rodovias de grande circulação. O maior aumento de 4,48% será nas rodovias administradas pela concessionária Tamoios, impactando os pedágios em Paraibuna e Jambeiro. Por outro lado, o menor reajuste, de 0,3%, ocorrerá nas estradas concessionadas pela Tebe, que conectam Bebedouro, Barretos, Catanduva, Pirangi e Taquaritinga.
Novos Valores
Aqui estão alguns dos novos valores para as principais rodovias do interior de São Paulo:
Rodovia Castello Branco, SP-280 (Itatinga – km 208)
- Passeio/utilitário: R$ 18,30
- Comercial por eixo: R$ 18,30
Rodovia Raposo Tavares, SP-270 (Assis – km 453)
- Passeio/utilitário: R$ 12,10
- Motos: R$ 6,05
- Comercial por eixo: R$ 12,10
Rodovia Marechal Rondon, SP-300 (Botucatu – km 259)
- Passeio/utilitário: R$ 7,30
- Motos: R$ 3,65
- Comercial por eixo: R$ 7,30
Vozes da Comunidade
A equipe do JP Jornal O Popular foi às ruas de Marília para ouvir a opinião dos motoristas que utilizam frequentemente as rodovias da região. As reações foram unânimes em expressar indignação e insatisfação com o aumento das tarifas.
Maria de Lourdes, comerciante: “Esse aumento é um absurdo! Já pagamos impostos altos, e agora mais esse custo. Vai impactar diretamente o preço das mercadorias que recebemos. No final, quem paga a conta é sempre o consumidor.”
José da Silva, caminhoneiro: “Para nós, que dependemos das estradas para trabalhar, é um golpe duro. Cada centavo conta, e esses aumentos sucessivos de pedágio só dificultam ainda mais nossa vida. A qualidade das estradas nem justifica um aumento desses.”
Ana Paula, professora: “É revoltante ver que, enquanto os serviços públicos sofrem com cortes, os pedágios só aumentam. E a justificativa de recomposição inflacionária não cola, porque os salários não acompanham esse ritmo. Estamos sendo explorados.”
Reflexões
O aumento das tarifas de pedágio levanta questões importantes sobre a carga financeira adicional imposta aos motoristas e transportadores. Em tempos de dificuldades econômicas, o reajuste pode agravar os custos operacionais, especialmente para caminhoneiros e empresas de transporte que dependem das rodovias para suas operações diárias.
Além disso, a disparidade entre os reajustes das diferentes concessionárias suscita dúvidas sobre a equidade e transparência dos critérios utilizados para a definição das novas tarifas. A maior preocupação é que, apesar da justificativa baseada na recomposição inflacionária, os aumentos possam ser desproporcionais em relação à qualidade dos serviços oferecidos nas rodovias.
Conclusão
O reajuste dos pedágios nas estradas de São Paulo é um reflexo das dinâmicas econômicas e contratuais envolvidas nas concessões rodoviárias. Enquanto a medida visa equilibrar as receitas das concessionárias com a inflação, o impacto financeiro nos usuários das rodovias, especialmente nas regiões de Bauru e Marília, não pode ser ignorado. É fundamental que haja um diálogo contínuo entre as autoridades reguladoras, concessionárias e usuários para garantir que os reajustes sejam justos e que os serviços prestados nas rodovias atendam às expectativas dos motoristas.
Alan Teixeira, diretor do JP Jornal O Popular, ressalta: “Esse aumento é mais um exemplo de como as políticas públicas precisam ser mais sensíveis às necessidades da população. É imprescindível que haja mais transparência e uma revisão criteriosa sobre como esses reajustes são implementados, visando sempre o bem-estar da sociedade.”
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