O ex-embaixador dos Estados Unidos, Victor Manuel Rocha, de 73 anos, enfrentará 15 anos de prisão após ser condenado nesta sexta-feira (12) por atuar como espião secreto para o governo cubano. Sua sentença marca o fim de uma saga de traição e engano que perdurou por mais de quatro décadas, de acordo com autoridades do Departamento de Justiça dos EUA.
Em fevereiro, Rocha se declarou culpado de conspiração para agir como agente de um governo estrangeiro, Cuba, admitindo seu papel em uma das infiltrações mais extensas e duradouras na história do governo dos EUA. Durante seu longo período de serviço no Departamento de Estado dos EUA, que se estendeu desde pelo menos 1981, Rocha foi acusado de conduzir atividades clandestinas em favor de Cuba, inclusive fornecendo informações falsas aos funcionários do governo americano e apoiando secretamente o Partido Comunista Cubano.
Como parte de um acordo com promotores federais, Rocha concordou em divulgar detalhes de suas interações com a inteligência cubana. No entanto, as autoridades federais reconhecem que a extensão total de sua cooperação com Cuba pode nunca ser totalmente compreendida.
Ao longo das últimas décadas, Rocha ocupou uma série de cargos influentes no governo dos EUA, incluindo conselheiro especial do Comando Sul do Exército dos EUA e embaixador na Bolívia. Sua descoberta ocorreu durante conversas com um suposto representante do Departamento Geral de Inteligência de Cuba, que, na verdade, era um agente disfarçado do FBI.
A condenação de Rocha não apenas destaca a gravidade de seus atos, mas também ressalta a constante necessidade de vigilância e segurança dentro dos círculos diplomáticos, onde a traição pode ter consequências de longo alcance.