A Justiça de São Paulo tomou uma decisão crucial, marcando o início de um julgamento que ecoará nos anais da justiça brasileira. Leonardo Souza Ceschini, empresário e fervoroso torcedor do Corinthians, será submetido a um júri popular pelo homicídio chocante de sua esposa, Érica Fernandes Alves Ceschini, uma leal seguidora do Palmeiras, após uma acalorada discussão desencadeada por um jogo de futebol, mais de dois anos atrás.
O crime hediondo ocorreu em 31 de janeiro de 2021, deixando uma cicatriz indelével na memória da sociedade paulistana. Ceschini, ainda em liberdade, enfrenta acusações de homicídio doloso qualificado por feminicídio, em um ato marcado pela crueldade e um motivo aparentemente trivial, diante de seus próprios filhos.
Os detalhes são arrepiantes. Segundo relatos, os filhos gêmeos do casal, então com apenas dois anos de idade, presenciaram a violência brutal perpetrada por seu próprio pai. As facadas que ceifaram a vida de Érica foram desferidas na residência da família, no bairro São Domingos, Zona Norte de São Paulo, transformando um lar em um cenário de horror.
O incidente fatal foi, segundo as autoridades, o culminar de uma discussão originada pela rivalidade futebolística entre marido e mulher. Leonardo, em um acesso de ira, confessou ter esfaqueado Érica múltiplas vezes, alegando ter agido em legítima defesa após um conflito que se seguiu à final da Copa Libertadores, na qual o Palmeiras emergiu vitorioso.
A intervenção da polícia veio tarde demais para salvar Érica. Os vizinhos, alarmados pelos gritos que ecoavam do apartamento do casal, acionaram as autoridades, encontrando um cenário de terror. A esposa jazia morta e ensanguentada na cozinha, enquanto o marido, ferido, tentava justificar o injustificável.
O desenrolar do caso revela uma saga de impunidade e reviravoltas judiciais. Embora tenha sido detido pela polícia, Ceschini foi posteriormente liberado por decisão judicial, alegadamente devido a uma demora do Ministério Público em se pronunciar. A denúncia formal só veio em julho de 2021, marcando o início de uma batalha legal que agora se dirige para o tribunal do júri.
O Ministério Público enfatiza a frieza do crime, desencadeado por um motivo fútil e executado com um nível de crueldade que transcende a compreensão. A perspectiva sombria de um julgamento público, onde sete jurados decidirão o destino do réu, paira sobre Leonardo, enquanto a justiça luta para trazer algum consolo à família dilacerada e à memória de Érica.
No entanto, mesmo diante do horror do assassinato, novos desenvolvimentos surgem. A polícia investiga a possibilidade de que o sogro de Érica tenha cometido um furto no apartamento do casal durante o funeral da vítima, uma reviravolta sinistra em uma tragédia já repleta de tragédia e dor.