Cientistas Alertam: Poluição do Ar Pode Desencadear Alzheimer
Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Sidney, em parceria com especialistas de Cingapura, revelou uma ligação alarmante entre a poluição do ar e o início precoce da doença de Alzheimer. Publicado na edição mais recente do Environment International, os cientistas destacam que uma partícula microscópica conhecida como magnetita, presente no ar contaminado, pode desencadear os sintomas devastadores dessa condição neurodegenerativa.
De acordo com a pesquisa, a magnetita é um composto magnético de óxido de ferro, formado durante processos de combustão em alta temperatura. Originária de fontes como escapamentos de veículos, incêndios florestais, usinas de energia a carvão e até mesmo atrito das pastilhas de freio, essas partículas conseguem ultrapassar a barreira hematoencefálica e se alojar no cérebro humano.
“Este é o primeiro estudo que analisa se a presença de partículas de magnetita no cérebro pode de fato levar a sinais de Alzheimer”, ressaltou a professora associada Cindy Gunawan, uma das autoras do estudo.
Para investigar mais a fundo essa conexão, os cientistas expuseram ratos e células neuronais humanas em laboratório à poluição do ar, incluindo partículas de magnetita. Os resultados revelaram que a exposição à magnetita teve impactos significativos no desenvolvimento da doença de Alzheimer, induzindo à perda de células cerebrais, acúmulo de placas amiloides e aumento do estresse, ansiedade e comprometimento da memória de curto prazo.
“A poluição do ar tem sido associada ao Alzheimer, e este é o primeiro estudo a investigar se as partículas de magnetita no cérebro podem desencadear os sintomas”, destacou Gunawan.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade urgente de políticas públicas que abordem a poluição do ar e regulem os níveis de magnetita, a fim de reduzir o risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer em pessoas expostas a esse tipo de poluição.
